O primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, está ponderando uma visita ao Brasil no início de maio, após ter abortado uma viagem à América do Sul no início do ano por conta de um escândalo de arrecadação de fundos políticos envolvendo seu partido no poder.
Kishida também avalia uma possível viagem ao Paraguai, enquanto organiza sua participação em uma reunião da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) que terá lugar durante dois dias a partir de 2 de maio na França.
Com o Brasil assumindo a presidência do Grupo das 20 economias neste ano, Kishida está buscando fortalecer os laços com a maior economia da América Latina e outros países e regiões em desenvolvimento do Sul Global, em sua primeira visita à América do Sul desde que assumiu o cargo em 2021.
Tóquio está mirando no crescimento econômico desses países, ao mesmo tempo em que tenta conter a crescente influência da China na região.
Inicialmente planejada para janeiro, a visita de Kishida à América do Sul foi cancelada devido a preocupações de que a viagem ao exterior poderia interromper as negociações sobre reformas nas regras de financiamento político e atrair críticas públicas.
Agora, o primeiro-ministro pretende viajar durante as férias da Semana Dourada do Japão, geralmente realizadas do final de abril ao início de maio, para se encontrar com o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, e discutir melhorias no ambiente de negócios para impulsionar o comércio e o investimento.
A expectativa é que os dois líderes também debatam cooperação em questões relacionadas às mudanças climáticas, medidas de combate à fome e à pobreza, além da cúpula do G20 prevista para novembro. Será o primeiro encontro presencial entre Kishida e Lula desde a cúpula do Grupo dos Sete em maio do ano passado, em Hiroshima.
Além da visita ao Brasil, Kishida poderá visitar o Paraguai, o único país sul-americano que mantém relações diplomáticas com Taiwan. Lá, ele se encontraria com o presidente Santiago Pena para discutir assuntos internacionais, incluindo questões do Leste Asiático, e buscar maior cooperação.
O Japão assumirá a presidência da reunião ministerial da OCDE pela primeira vez em 10 anos, e espera-se que Kishida faça um discurso durante o evento.
Este ano marca o 60º aniversário da adesão do Japão à OCDE, e Kishida pretende liderar discussões sobre questões que incluem a promoção do livre comércio e o estabelecimento de regras internacionais para a inteligência artificial generativa.
Além disso, o primeiro-ministro japonês tem como objetivo fortalecer o envolvimento com as economias do Sudeste Asiático, que não são membros da OCDE.