Especialista fala sobre crimes de estrangeiros no Japão e lança livro no MHIJB nesta sexta

Nesta sexta-feira (10), o Museu Histórico da Imigração Japonesa no Brasil será palco do lançamento do livro “O Colecionador de Crimes”. O autor, o intérprete judicial Luiz Nakano, veio do Japão especialmente para o evento, e fará uma palestra sobre a influência cultural no sistema jurídico e a criminalidade envolvendo latino-americanos no Japão.

Nakano é intérprete há 26 anos, certificado pelo Instituto de Pesquisa de Assuntos Jurídicos de Tóquio, ligado ao Ministério da Justiça, e participou de julgamentos marcantes, entre eles o do ex-presidente da Nissan, Carlos Ghosn, suspeito de crime fiscal.

“O Colecionador de Crimes” reúne alguns desses casos, e além de contar histórias, faz uma análise aprofundada sobre o processo de investigação criminal no Japão, destacando fatores culturais e sociais.

Com legislação rigorosa e medidas preventivas e educativas junto à população, o Japão se destaca pelo baixo índice de violência. Segundo o mais recente relatório do Índice Global da Paz, do Institute for Economics and Peace, o país ocupa a 9ª posição no ranking de nações mais seguras do mundo.

A abordagem japonesa à aplicação da lei é marcada por um forte sistema legal e policial, onde a ênfase na prevenção e na reabilitação dos infratores é central. No entanto, há desafios complexos, incluindo delitos relacionados ao tráfico de drogas, fraudes financeiras e, ocasionalmente, crimes violentos. 

Em 2022, segundo levantamento anual do Ministério da Justiça japonês, foram registradas 601.331 violações do código penal, 5,8% a mais em relação ao ano anterior. 

Foi a primeira vez em duas décadas que o país viu a criminalidade aumentar. 8.548 casos, ou 1,4% do total, tiveram envolvimento de estrangeiros.

Desafios – Em “O Colecionador de Crimes”, Luiz Nakano apresenta uma obra que lança luz sobre a complexa e polêmica questão da criminalidade estrangeira no Japão e o sistema de justiça do país. Nakano se baseia em décadas de experiência como intérprete judicial para oferecer uma visão única dos desafios enfrentados pela polícia e pelo sistema judicial japonês ao lidar com crimes cometidos por estrangeiros. Em meio a uma narrativa cativante, ele contextualiza casos marcantes, como assassinatos, tráfico de drogas e fraudes, fornecendo uma compreensão abrangente das circunstâncias específicas que cercam cada crime.

Além de relatar histórias, “O Colecionador de Crimes” oferece uma análise aprofundada dos sistemas jurídico e policial do Japão, destacando fatores culturais e sociais que influenciam a criminalidade, especialmente entre a comunidade estrangeira. Nakano também aborda questões de justiça social e discriminação, explorando o impacto da pobreza e marginalização nas taxas de criminalidade e no funcionamento do sistema de justiça criminal.

Ponte – “Este livro não é apenas uma coleção de histórias de crimes”, afirma Nakano. “É um esforço para compreender as nuances da sociedade japonesa e sua abordagem única ao crime, além de servir como um alerta para todos os envolvidos no sistema de justiça e para aqueles que desejam entender mais sobre a realidade enfrentada pelos estrangeiros no Japão.”

Mais do que um simples expectador, Nakano exerce papel fundamental nos julgamentos, fazendo a ponte entre juízes, promotores, advogados e réus, e ao relatar cada caso, transporta o leitor até a sala de audiência, com visão privilegiada do desenrolar dos fatos até o veredito.

Após a palestra, haverá sessão de autógrafos. Os livros poderão ser adquiridos no local.

Palestra Justiça no Japão

Uma análise sobre a influência cultural no sistema jurídico e a criminalidade envolvendo latino-americanos

10 de maio (sexta-feira) – 19h 

Local: Museu Histórico da Imigração Japonesa no Brasil – 9° andar

Rua São Joaquim, 381 – Liberdade, São Paulo – SP

Entrada gratuita – vagas limitadas 

Reserva pelo email: ocolecionadordecrimes@gmail.com

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