Crise na Yakuza: envelhecimento populacional afeta até crime organizado no Japão

Os grupos criminosos no Japão têm sido uma presença histórica na sociedade japonesa, mas uma análise recente sugere que sua influência está em declínio contínuo. Em contrapartida, pequenas gangues estão se formando – mais antenados com a tecnologia e perfil dos jovens ultraconectados.

Segundo dados compilados pelo portal nippon.com, o número de membros desses grupos diminuiu pelo 16º ano consecutivo em 2023, atingindo uma baixa de 27.700 membros. Essa queda representa uma diminuição de cerca de 4,7% em relação ao ano anterior, quando o número de membros era de aproximadamente 29.100.

Esse declínio constante é atribuído a várias forças, incluindo a repressão do governo japonês e mudanças sociais.

O crime organizado, há muito tempo, opera em áreas como o jogo ilegal, extorsão e tráfico de drogas. No entanto, nos últimos anos, o governo japonês intensificou seus esforços para combater a criminalidade. Em 2011, a legislação foi introduzida para dar aos policiais mais poderes para prender membros da Yakuza e congelar seus ativos financeiros.

Além da pressão legal, as mudanças sociais também contribuíram para o declínio. As tradicionais redes de apoio que uma vez sustentaram esses grupos estão se desgastando à medida que a sociedade japonesa se moderniza e se afasta de práticas mais antigas.

Outro fator é o envelhecimento de membros de organizações do crime. Como muitos veteranos estão se aposentando ou falecendo, há menos jovens dispostos a ingressar nessas organizações. O estigma social associado ao envolvimento com grupos também desencoraja muitos jovens de se juntarem a esses grupos.

Apesar dessas tendências de declínio, o crime organizado ainda representa uma preocupação para as autoridades japonesas. Ele continua a se adaptar, buscando novas oportunidades de lucro, como o comércio ilegal de drogas sintéticas e a exploração de lacunas na legislação.

Um fenômeno visto nos últimos anos é a associação de ex-membros de gangues do crime organizado e ex- membros de gangues de motociclistas (bōsōzoku). Entre eles, os grupos criminosos utilizam as redes sociais para recrutar perpetradores para cometer fraudes especiais sistemáticas e roubo organizado, ao mesmo tempo que se desmembram e remontam repetidamente, tornando-se mais proeminentes.

Para combater essa evolução, as autoridades japonesas estão fortalecendo suas estratégias de aplicação da lei e colaborando com agências internacionais para combater o crime organizado transnacional.

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