Obra faz um mergulho profundo na criminalidade estrangeira no Japão e no sistema de justiça do país

Com legislação rigorosa e medidas preventivas e educativas junto à população, o Japão se destaca pelo baixo índice de violência. Segundo o mais recente relatório do Índice Global da Paz, do Institute for Economics and Peace, o país ocupa a 9ª posição no ranking de nações mais seguras do mundo.

A abordagem japonesa à aplicação da lei é marcada por um forte sistema legal e policial, onde a ênfase na prevenção e na reabilitação dos infratores é central. No entanto, há desafios complexos, incluindo delitos relacionados ao tráfico de drogas, fraudes financeiras e, ocasionalmente, crimes violentos. 

Em 2022, segundo levantamento anual do Ministério da Justiça japonês, foram registradas 601.331 violações do código penal, 5,8% a mais em relação ao ano anterior. Foi a primeira vez em duas décadas que o país viu a criminalidade aumentar. 8.548 casos, ou 1,4% do total, tiveram envolvimento de estrangeiros.

Em “O Colecionador de Crimes”, o autor Luiz Nakano apresenta uma obra singular que lança luz sobre a complexa e polêmica questão da criminalidade estrangeira no Japão e o sistema de justiça do país. Publicado pela STACCHINI Editorial (www.sted.com.br), nas versões física e digital (e-book), o livro será oficialmente lançado no próximo dia 10 de maio de 2024, em São Paulo. 

Nakano se baseia em décadas de experiência como intérprete judicial para oferecer uma visão única dos desafios enfrentados pela polícia e pelo sistema judicial japonês ao lidar com crimes cometidos por estrangeiros. Em meio a uma narrativa cativante, ele contextualiza casos marcantes, como assassinatos, tráfico de drogas e fraudes, fornecendo uma compreensão abrangente das circunstâncias específicas que cercam cada crime.

Além de relatar histórias, “O Colecionador de Crimes” oferece uma análise aprofundada dos sistemas jurídico e policial do Japão, destacando fatores culturais e sociais que influenciam a criminalidade, especialmente entre a comunidade estrangeira. Nakano também aborda questões de justiça social e discriminação, explorando o impacto da pobreza e marginalização nas taxas de criminalidade e no funcionamento do sistema de justiça criminal.

“Este livro não é apenas uma coleção de histórias de crimes”, afirma Nakano. “É um esforço para compreender as nuances da sociedade japonesa e sua abordagem única ao crime, além de servir como um alerta para todos os envolvidos no sistema de justiça e para aqueles que desejam entender mais sobre a realidade enfrentada pelos estrangeiros no Japão.”

Mais do que um simples expectador, Nakano exerce papel fundamental nos julgamentos, fazendo a ponte entre juízes, promotores, advogados e réus, e ao relatar cada caso, transporta o leitor até a sala de audiência, com visão privilegiada do desenrolar dos fatos até o veredito.

O intérprete brasileiro esteve presente na audiência do ex-presidente da Renault-Nissan, Carlos Ghosn. Nascido no Brasil, o empresário se tornou um grande nome no mercado após comandar as duas empresas automobilísticas por quase duas décadas. Ele foi preso em 2018 pela Justiça japonesa acusado de evasão fiscal. Em prisão domiciliar no país, ele conseguiu fugir para o Líbano antes do final do julgamento. Nakano foi um dos três intérpretes oficiais do caso.

“O Colecionador de Crimes” é leitura essencial para estudantes de Direito, profissionais da área jurídica e a todos que quiserem explorar as complexidades da criminalidade e da justiça no Japão.

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