Abertura do 1º –Campeonato é marcada por alegria e entusiasmo

Autoridades e personalidades na cerimônia de abertura do 1º Campeonato Pan-Americano

No último fim de semana, nos dias 9 e 10 de setembro, ocorreu o 1º Campeonato Pan-Americano de Gateball, no estádio Toru Hondo, localizado na zona sul de São Paulo. A cerimônia de abertura ocorreu na manhã de sábado e reuniu autoridades e personalidades de instituições japonesas e nipo-brasileiras para marcar o início deste torneio histórico.

A cerimônia teve início com o desfile das 112 equipes participantes do campeonato, marcando um total de mais de 600 atletas. Após o anúncio oficial da abertura do campeonato pelo vice-presidente e diretor secretário geral da União dos Clubes de Gueitebol do Brasil (UCGB), Jorge Kaku, foi dedicado um minuto silêncio aos falecidos e foram executados os hinos nacionais brasileiro e japonês.

Em seguida, o presidente da UCGB e da recém estabelecida Pan American Gateball Union, Júlio Katsumi Hagio, fez seu discurso de saudação. Ele expressou seu profundo agradecimento aos representantes dos países estrangeiros participantes do Campeonato: Sumio Nakasone da Argentina, Shigeru Taira dos Estados Unidos, Yoshito Sonoda de Paraguai e Masafumi Tsukakoshi de Peru, além de todas as regiões do Brasil. 

“Das 22 regionais que temos hoje, 20 estão presentes no Campeonato”, mencionou. Também enfatizou o longo caminho percorrido desde a concepção do Pan-Americano, homenageando o conselheiro consultivo da UCGB, Seizi Oga, idealizador do evento, cujo sonho era ver esse Campeonato realizando.

O secretário executivo da World Gateball Union (WGU), Kentaro Yamagishi, representando o presidente da WGU, Keiichi Imagawa, que veio diretamente do Japão para participar do evento, também proferiu palavras de apoio ao evento. Yamagishi expressou seus votos de que o troféu transitório doado pela instituição possa fazer parte de um evento que perdure por longos anos.

Representantes dos países estrangeiros – EUA, Paraguai, Argentina e Peru (esq. para dir.)

Laços e amizades – A cerimônia de abertura também contou com a presença e o discurso da cônsul-adjunta do Japão em São Paulo, Chiho Komuro, que representou o cônsul-geral Ryosuke Kuwana. Chiho destacou a importância do gateball como um esporte que transcende fronteiras e culturas, promovendo a amizade e a colaboração. “Não tenho dúvidas de que através do esporte, este evento contribuirá para integrar de forma mais abrangente a comunidade nikkei do continente americano e para reforçar o laço entre os povos da região e do Japão”, completou.

Renato Ishikawa, presidente da Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e de Assistência Social (Bunkyo), também prestou homenagem ao evento. “Pensava que gateball era esporte praticado apenas por pessoas de terceira idade, mas estou vendo muitos jovens”, comentou Ishikawa admirado e contente. Também enfatizou que o gateball é um esporte que cria laços e amizades, independentemente de onde os jogadores estejam localizados.

Um momento de destaque da cerimônia de abertura foi a homenagem aos atletas mais experientes, com idades entre 89 e 94 anos, que continuam a demonstrar sua paixão pelo gateball. O jogador de 92 anos, Shinichi Shinzato, veio da Argentina para participar do evento.

Após discursos e homenagens, a cerimônia continuou com o juramento dos atletas, garantindo lealdade e respeito às regras e aos árbitros. Em seguida, Célio Hagio, diretor de árbitro, compartilhou algumas considerações sobre a competição.

O evento proporcionou uma oportunidade única de interação com as equipes estrangeiras. As equipes do Paraguai, Peru, Argentina e Estados Unidos compartilharam suas perspectivas e experiências.

Presidente da UCGB e Pan American Gateball Union, Júlio Katsumi Hagio discursa durante a cerimônia de abertura

Rejuvenescimento – A equipe de Paraguai, que já se consagrou campeã no Campeonato Sul-Americano de 2019, comentou admirado como a população dos praticantes de gateball no Brasil tem rejuvenescido nos últimos anos. “No Paraguai não temos muitos atletas e com o passar dos anos tem diminuído cada vez mais”, explica. Sobre a participação da equipe de Estados Unidos tornando o campeonato panamericano, comentaram “ficamos felizes em ver mais países participando”.

Já a equipe de Peru comentou que não teve sucesso na primeira partida. “Mas independentemente do resultado, nos divertimos muito”, disseram todos com um sorriso no rosto. Ainda comentaram que por conta da idade dos integrantes da equipe, que todos tem mais de 80 anos, tiveram dúvida se participariam de um campeonato no país exterior. “Mas quisemos aproveitar a oportunidade de viajar e nos inscrevemos no último momento”, disse os atletas nipo-peruanos relembrando que foram muito bem recebidos pela equipe organizadora.

Surpreso – “Fiquei surpreso com a participação de um novo país”, disse um dos atletas da equipe argentina que só descobriu que o campeonato se tornou pan-americano depois que viu a equipe estadunidense em campo. “Fico nervoso em participar de um campeonato de um nível como esse, então prefiro pensar que nada mudou”, disse com bom humor.

A equipe estadunidense não conseguiu número suficiente de atletas para compor sua equipe. Mas não deixaram de participar convidando atletas da Argentina. “Temos muitos imigrantes de japoneses que se mudaram de Argentina para os Estados Unidos, então somos todos amigos e assim convidamos alguns deles para jogarmos neste panamericano”, explicou um dos poucos atletas estadunidenses. Também demonstraram satisfação em jogarem no “melhor campo de gateball da América Latina”. Após a entrevista com o Nippon Já, logo voltaram a interagir com atletas brasileiros, aumentando ainda mais o círculo de amizade estabelecido pelo gateball.

Secretário executivo da World Gateball Union, Kentaro Yamagishi

(Lika Shiroma)

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