Província de Shimane sedia Simpósio Internacional de Prevenção de Desastres

Jornalista Neide Hayama (primeira, a partir da direita) com participantes do Simpósio Internacional de Prevenção de Desastres – Divulgação

A tragédia do Rio Grande do Sul foi tema apresentado pela jornalista Neide Hayama durante o Simpósio Internacional de Prevenção de Desastres, que aconteceu no dia 18 de maio, na cidade de Izumo, na província de Shimane, no Japão. Ela e outras três jornalistas estrangeiras (do Siri Lanka, Peru e Filipinas) relataram como cada país enfrenta o problema.

O simpósio foi organizado pela NPO Japan Disaster Recovery Support Organization presidida por Naoki Sakane, que trabalhou como jornalista no Japão.

Recentemente, a jornalista Neide esteve envolvida na tradução de um Manual de Prevenção de Desastres Naturais voltado para estrangeiros na cidade de Kofu, na província de Yamanashi (disponível no lonk: https://www.city.kofu.yamanashi.jp/bosaitaisaku/bosai/bosai/gaikokugo.html). No simpósio, Neide disse que o Japão poderia contribuir com o manual na questão de prevenção de desastres para outros países. O manual escrito em português, inglês, vietnamita, coreano, chinês, tagalog, orienta os estrangeiros sobre o que fazer em caso terremoto, tufões ou tsunami.

O primeiro passo é fixar móveis que podem cair dentro de casa. A pessoa também deve ter um kit de emergência em casa. Essa bolsa deve ter os itens básicos de sobrevivência se precisar sair de casa em caso de desastres naturais (veja quadro). Se a situação do desastre natural não for grave, outra recomendação é ter um kit básico de alimentos e água em casa para três dias, tempo considerado até chegar uma ajuda em caso de calamidade.

Voluntários – Antes do simpósio, foi organizado um tour para a mídia conhecer alguns locais de Shimane. Uma das visita foi no Centro de Voluntários da cidade de Izumo. O representante da entidade, Ken Ichi Ishibashi, apresentou alguns materiais criados pelos voluntários para facilitar na remoção de lama ou de destroços quando acontece um desastre natural. 

Com material de baixo custo é possível criar proteção para o telhado. Os voluntários recortam um papelão em formato quadrado. Depois cobrem com um tipo de lona cinza resistente. De acordo com o representante, isso é suficiente para ficar no lugar do telhado por alguns dias. As crianças que frequentam a entidade escrevem mensagens ou desenham nesse papelão a fim de incentivo aos desabrigados.

Outra criação foi juntar quatro potes de plástico e colocar sacos resistentes por cima. Assim, quando há espaço suficiente, basta tirar a lama com pá e colocar nesses sacos, tornando a limpeza mais rápida.

Os voluntários atuam em regiões afetadas por Japão todo. No dia 1 de janeiro deste ano, houve o terremoto na região da Península de Noto. Desde o dia 3 de janeiro até o dia 9 de maio, os voluntários foram mais de 30 vezes nessa região, levando água, mantimento e até chuveiro. Ainda em maio, a rede de água não estava restabelecida em alguns locais e moradores não podiam tomar banho na própria casa. 

O representante Ishibashi disse que muitas pessoas ficaram contentes com essa ajuda. 

Escolas – No Japão, as crianças recebem treinamento nas escolas em caso de terremoto por exemplo. Em data determinada, o corpo docente simula um desastre natural e orienta a saída dos alunos da escola por grupos. Assim, as crianças sabem a rota de fuga. Essa simulação também acontece em caso de incêndio com orientação do Corpo de Bombeiros. As crianças passam por uma tenda com fumaça e são orientadas a tapar o nariz e a boca com lenço e passar pelo local agachadas, sendo guiadas por um adulto. 

Além disso, da primeira até a sexta séries, cada criança recebe um chapéu anti-térmico usado em caso de incêndio. Esse chapéu é coberto com uma capa e serve como almofada para a criança se sentar na escola.

Fonte: Prefeitura de Kofu

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