Momento atual das Companhias Nikkeis no Brasil: NEC Latin America

Escritório da NEC Latin America
Perfil da
NEC Latin America

Nome oficial: NEC Latin America S. A.
Localização: São Paulo, SP
Estabelecimento: novembro de 1968
Número de funcionários: 350
Atividades comerciais: oferecimento de serviços de Tecnologia de Informação e Comunicação e construção de infraestrutura social

Para a décima sétima edição, conversamos com Yasushi Tanabe, presidente da NEC Latin America. Criada em 2011, a empresa supervisiona as subsidiárias espalhadas em seis países da América Latina: Brasil, Argentina, México, Colômbia, Chile e Venezuela. Sua antecessora, a NEC do Brasil, foi fundada há 55 anos e se estabeleceu no século XXI como uma empresa de excelência que implementa infraestruturas sociais nos setores público e privado através de soluções de telecomunicação e tecnologia de informação de alto valor agregado.

NEC: a construção das bases da infraestrutura de telecomunicações no Brasil

Presidente Yasushi Tanabe

Em 1968, a NEC do Brasil entrou no mercado brasileiro com a tecnologia japonesa de telecomunicações. De acordo com Hidemitsu Miyamura (78 anos), que trabalhou na empresa desde a sua fundação até 2002, naquela época o Brasil tinha companhias telefônicas por Estado e, em vez de um sistema telefônico de discagem direta, as pessoas tinham que solicitar à companhia telefônica para fazer a ligação, mas a linha só era conectada depois de seis ou sete horas de espera. Introduzida pela NEC, o sistema de chamadas de longa distância foi uma verdadeira revolução nas telecomunicações do Brasil, pois permitia que as pessoas falassem no telefone imediatamente.

Nas décadas de 60 e 70, as linhas de longa distância foram construídas na região Sul do Brasil e, posteriormente, a infraestrutura se espalhou por todo o país.

Miyamura lembra que “naquela época, cerca de 300 japoneses vieram trabalhar para a construção dos sistemas telefônicos”. Hoje em dia, as ondas de rádio são transmitidas através de satélites de comunicação, mas na cidade de São Paulo, quando os telefones de discagem estavam no seu auge, havia centrais telefônicas a cada cinco ou seis quilômetros, e uma rede de dezenas de milhares de linhas era espalhada em todas as direções no subsolo. As dezenas de milhares de linhas acabaram sendo substituídas por algumas unidades de fibra óptica e, mesmo com a chegada da era da Internet, a infraestrutura desenvolvida pela NEC continuou a ser usada, garantindo que o Brasil não ficasse para trás.

“Apesar de não ser aparente, o atual sistema de telecomunicação brasileiro é baseado na infraestrutura deixada por engenheiros japoneses”, diz Miyamura para explicar o importante papel desempenhado pela NEC no Brasil.

Sistema de transmissão digital via rádio e TV com transmissão colorida na década de 70, sistema de comutação digital na década de 80 e infraestrutura para dispositivos móveis na década de 90: os negócios da empresa foram modificando conforme as necessidades e tecnologias disponíveis de cada período. A transmissão terrestre de televisão digital, que começou em 2007 no Brasil, adotou o sistema japonês e a NEC ficou encarregada de construir a infraestrutura. Para a Copa do Mundo de 2014, a NEC construiu sistemas de segurança, sistemas de gerenciamento de estádios, sistemas de prevenção de desastres, telões e dezenas de unidades de sinalização digital no projeto integrado de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) dos estádios de futebol.

Fornecedora de equipamentos no passado, agora é fornecedora de soluções de TIC

Centros de gerenciamento de cidades inteligentes

Hoje, como uma empresa que passou de fornecedora de equipamentos para fornecedora de soluções integradas de TIC, promove globalmente um negócio de soluções sociais que cria valor em termos de segurança, proteção, eficiência e justiça. A NEC também participa em projetos de cidades inteligentes focados em repartições públicas com o seu sistema de autenticação digital, que possui a melhor tecnologia de nível mundial. No Brasil, por exemplo, o sistema de reconhecimento facial da NEC é utilizado em câmaras aduaneiras de 14 aeroportos internacionais do país.

Enquanto no Brasil se concentrou em projetos de redes de telecomunicações, na Argentina desenvolveu mais projetos relacionados com cidades inteligentes. Na Argentina a NEC assumiu a gestão de uma base de dados de cartões de identificação para toda a sua população, de cerca de 46 milhões de pessoas, utilizando tecnologia de reconhecimento facial e de impressões digitais, o que está ajudando para evitar a emissão de cartões de identificação fraudulentos. Além disso, foi construído um centro de gestão para analisar os dados das imagens das câmeras instaladas em toda a cidade. Os feitos na Argentina já foram reconhecidos e espera-se que as cidades inteligentes e as soluções biométricas concebidas para satisfazer as necessidades de várias indústrias nos setores público e privado sejam também implantadas no Brasil.

Primeiros cabos submarinos instalados na América do Sul e na África

Repetidores de cabos submarinos

A NEC é uma das três maiores empresas do mundo envolvidas no negócio de sistemas de cabos submarinos nos últimos 40 anos. Possui experiência de instalação de mais de 250 mil quilômetros de cabos, o que equivale a seis voltas na Terra. Grande parte desses projetos foram implantadas na região da Ásia-Pacífico, incluindo o Japão. Em 2018, o trabalho de construção do Sistema de Cabos do Atlântico Sul (SACS) foi concluído. Esse foi o primeiro projeto de instalação de cabos submarinos ópticos de alta capacidade no Oceano Atlântico Sul, ligando Angola (Sangano) e Brasil (Fortaleza), tendo sido também o primeiro projeto da NEC no Oceano Atlântico. O comprimento total desse cabo submarino óptico é de aproximadamente 6.200 km, e foi adotado um sistema com capacidade máxima de projeto de 40 terabits por segundo, usando o mais recente método de transmissão de multiplexação por divisão de comprimento de onda óptica de 100 gigabits por segundo. 

Entrevistadora: Tomoko Oura

spot_img

Relacionados

Destaques da Redação

spot_img