
O Centro de Estudos Japoneses da USP com Consulado Geral do Japão em São Paulo promovem dois dias de debates culturais sobre a discussão do mangá e com as línguas japonesas e suas culturas em contato.
Ambos os debates trazem inúmeros palestrantes para seus respectivos dias, além de mediadores para discussão sobre os temas de cada noite. Começando às 21 horas no Brasil, as palestras são totalmente online, dando a opção ao público a ter um certificado sobre os estudos a serem debatidos.
No dia 07 de fevereiro será realizado o “Mangá e desdobramentos em pesquisas”, enquanto no dia 08 de fevereiro será realizado “Estudos da Diáspora Nipo-brasileira: línguas e culturas em contato”. Ambos os debates oferecem opção se inscrever no mesmo formulário online.
DIA 01: Mangá e desdobramentos em pesquisas
BRASIL: 07.02.2023 às 21h / JAPÃO: 08.02.2023 às 9h
Abertura: Senhor KUWANA Ryousuke, Cônsul-geral do Japão em São Paulo
Mesa-redonda: Mangá e desdobramentos em pesquisas
1. Representações de Gênero no Shōjo Mangá

Hisayo Ogushi (Universidade de Keio)
O shōjo, gênero de mangá japonês, voltado, principalmente, para o público feminino jovem, traz em sua gênese a questão da identidade de gênero. A Princesa e o Cavaleiro (1953-1956) de Osamu Tezuka, que é considerado o primeiro mangá shōjo para garotas, é uma história que coloca em primeiro plano a identidade de gênero. Por um lado, o shōjo mangá retratou imagens de garotas que se conformam com as normas sociais, por outro, também retratou heroínas travestidas e a subversão das normas de gênero. Nesta palestra, gostaria de dar uma visão da diversidade de imagens e representações de garotas que o shōjo mangá apresentou, juntamente com o seu contexto social e cultural.
2. Teorias de Estudo da Cultural Pop Japonesa: Uma Revisão Bibliográfica e Um Exemplo de Análise no Estudo de Fuse, De Sakuraba Kazuki

Rafael Vinicius Martins (Universidade de Kyushu)
Esta palestra apresenta algumas das principais correntes de pensamento sobre a cultura popular japonesa. A apresentação introduz conceitos como os Realismos de Mangá, Anime e Game, a Teoria do Consumo de Banco de Dados, reflexões sobre a identidade e sexualidade otaku, e perspectivas críticas sobre a relação com a ficção na contemporaneidade. Por fim, aplica estes conceitos no estudo das adaptações para mangá e anime do romance Fuse: Gansaku Satomi Hakkenden, de Sakuraba Kazuki.
3. A Academia Abre os Olhos Para o Mangá: Quadrinhos Japoneses Como Objeto de Pesquisa

Nobu Chinen (Observatório de Histórias em Quadrinhos da ECA-USP)
Após se transformar em um fenômeno de público no Brasil, os mangás vêm se tornando objeto de pesquisa acadêmica com um crescente número de TCCs, dissertações de mestrado e teses de doutorado sobre quadrinhos japoneses. Essa apresentação visa fazer um levantamento desses trabalhos em nosso país, a partir do pioneiro estudo da professora Sônia Luyten, ainda nos anos 1980.
4. Mangá e o seu papel socioeducativo em contextos escolares e não-escolares

Leiko Matsubara Morales (Universidade de São Paulo)
Voltado ao aspecto primordial de se ensinar e promover a educação linguística, esta exposição propõe fazer uma reflexão crítica como o mangá pode constituir um recurso impactante para o aspecto da língua pela perspectiva visual, que se trata de um material diferente de recursos multimodais contemporâneos, como os animês, games, doramas etc. Para tanto, refletimos como um(a) professor(a) poderá empregar o mangá como um recurso autêntico de comunicação de língua em uso: ou focar em questões de práticas sociais, ou nas diferenças interculturais sem recorrer totalmente à tradução, ou ao uso da língua de intermediação.
Debatedores:
Sonia Luyten (Observatório de Histórias em Quadrinhos da ECA-USP)
Maiara Heleodoro (Universidade de São Paulo)
DIA 02: Estudos da Diáspora Nipo-brasileira: línguas e culturas em contato
Brasil: 08/02/2023 (quarta-feira) – 21h / Japão: 09/02/2023 (quinta-feira) – 9h
Abertura: Senhora Akiko KIKUCHI, vice-cônsul do Japão em São Paulo
Mesa-redonda: Estudos da diáspora nipo-brasileira: línguas e culturas em contato
Debatedores: Felipe Augusto Motta (Kyoto University of Foreign Studies) e Leiko Matsubara Morales (USP)
1. O Shokonsai e as identidades nipo-brasileiras: os desafios da resistência cultural em contextos de identificações nacionais

Aline Hasegawa (SESC Paulista)
Atualizando algumas questões que trabalhei em minha tese de doutorado, o objetivo desta apresentação é refletir sobre os desafios de analisar os processos de identificações comunitárias ancorados em discursos nacionais, Debateremos os exercícios teóricos-metodológicos postos em prática para dar conta de uma análise multissituada de determinado recorte de pesquisa.
2. Fauna e Flora em Ôtake 1918 e 1937

Eliza Atsuko Tashiro Perez (USP)
Características de macro e microestrutura dos dicionários de Wasaburô Otake (1872-1944) com ênfase nas estratégias do autor para descrever animas e plantas inexistentes na fauna / flora japonesa ou supostamente desconhecidas no Japão no início do século XX.
3. Uchinaaguchi como Língua de Herança e a preservação das variedades dialetais no Brasil

Lucila Gibo (Universidade de Sophia)
A Língua de Okinawa (o Uchinaaguchi) possui uma imensa variedade de dialetos, que podem se diferenciar “de bairro para bairro”. No Brasil há imigrantes okinawanos oriundos de regiões do norte ao sul da ilha e as suas variedades dialetais foram transmitidas como língua de herança, como é o caso dos dialetos de Yambaru e de Yaese, os quais tiveram peculiaridades fonéticas e gramaticas identificadas na língua dos falantes da segunda geração.
4. O olhar de um fotógrafo-imigrante: Haruo Ohara e a invenção visual do cotidiano

Richard Gonçalves Andre (UEL)
O objetivo da reflexão é sugerir como Haruo Ohara, desenvolveu imagens na condição de fotógrafo-imigrante, construindo um olhar matizado por elementos culturais do universo nipônico e que reconstruiu visualmente o cotidiano que o cercava.
EVENTO GRATUITO, ONLINE E SÍNCRONO
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Formato Online
Inscrições até 06/02/2023 pelo link: https://biturl.top/yIniEb
Organização: Centro de Estudos Japoneses da USP
Programa de Pós-graduação em Língua, Literatura e Cultura Japonesa da USP
Coorganização: Consulado Geral do Japão em São Paulo
Coordenação: Leiko Matsubara Morales