Renato Ishikawa reluta, mas deve aceitar convite para mais um mandato

O Bunkyo – Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e de Assistência Social – principal entidade representativa da comunidade nipo-brasileira parece, enfim, respirar clima de eleição. Pelo menos internamente. No último sábado, 25, no Hall de entrada do Grande Auditório, com a presença de 51 pessoas (mais 18 procurações), foi realizada a 59ª Assembleia Geral Ordinária que teve como pauta principal a eleição dos membros do Conselho Deliberativo da entidade (50 conselheiros efetivos e 25 suplentes).

Ao todo foram 227 cédulas eleitorais enviadas pelos associados (por correio ou entregues na secretaria), sendo que 23 delas foram presenciais (ou seja, preenchidas durante a Assembleia, no tempo reservado para a votação). Ao final, foram 224 cédulas válidas (uma em branco e duas impugnadas).

Ao todo foram 78 candidatos, sendo que 50 eleitos como conselheiros efetivos e 25 como suplentes, com mandato de 2023 até 2027. São eles que, juntamente com os outros 50 conselheiros cujo mandato prossegue até 2025, entre outras responsabilidades, deverão eleger os membros diretivos do Bunkyo no próximo dia 29 de abril.

A apuração digital dos votos foi realizada por membros da Comissão de Jovens: Douglas Mitsuyuki Ito, Maicco Guimarães, Leticia Yukimi Nakama e Mariannne Akemi Sugimoto em conjunto com integrantes da secretaria do Bunkyo.

Nishio, o mais votado –Entre os 50 novos conselheiros, o mais votado foi o atual vice-presidente do Bunkyo e presidente da Fundação Kunito Miyasaka, Roberto Nishio, que ficou em primeiro com 179 votos, seguindo por duas instituições assistenciais: Associação Pró-Excepcionais Kodomo-no-Sono, em segundo, com 169 votos, e Assistência Social Dom José Gaspar na terceira colocação com 167 votos. O fundador e presidente do Instituto Paulo Kobayashi, Victor Kobayashi, quarto mais votado, recebeu 163 votos, um a mais que a JCI Brasil-Japão.

Entre os suplentes constam nomes de destaque como o diretor de Esportes da entidade, Roberto Tanaka; o presidente do Nippon Country Club, Rubens Kamoi; o presidente do Cooper Clube, Carlos Hiroshi Fujii e o presidente da NEB (Associação Nikkey Empreendedores do Brasil) e da presidente da Associação Cultural e Esportiva Piratininga, Paulo Nishimura.

Já os candidatos Issamu Kayama, Marcio Koiti Takiguchi e Seigo Nishino não foram eleitos.

Missão – O atual presidente do Conselho Deliberativo, Jorge Yamashita, explicou que os 50 novos membros, juntos com os 50 membros com mandato até 2025 e os seis conselheiros vitalícios, além de eleger a nova Diretoria, terão a missão de conduzir a entidade “num momento crítico da pandemia, que ainda continua e por isso não podemos abaixar a guarda”.

Para Yamashita, “o papel do Bunkyo deve ser sempre lembrado e servir de reflexão. “Deve ser no sentido de promover o relacionamento entre todos os associados, com as comunidades nikkeis da América Latina e com o governo japonês, sempre com o intuito de levar adiante nosso objetivo, que é o de preservar e transmitir a cultura japonesa às novas gerações”.

Presidente da Comissão Eleitoral, Kihatiro Kita destacou que o próximo passo será preparar a 162ª Reunião Ordinária do Conselho Deliberativo marcada para o dia 29 de abril, quando serão eleitos o presidente, sete vices, secretário geral e tesoureiro geral, além dos novos dirigentes do Conselho Deliberativo e Conselho Fiscal.

O prazo para as inscrições das chapas termina no dia 24 de abril.

Reeleição – Apesar de afirmar que ainda é cedo para se manifestar, o atual presidente, Renato Ishikawa, dá indícios que tentará seu terceiro mandato. O Nippon Já apurou que o dirigente vem recebendo pedidos para que continue por mais um mandato à frente da entidade. E confidenciou que, apesar de sua idade – completará 85 anos em dezembro deste ano – e de querer se dedicar mais à família, está inclinado a atender os pedidos.

“Pessoalmente, acho que ainda tenho que consolidar o trabalho de relacionamento que iniciei na primeira gestão”, disse Ishikawa ao Nippon Já, explicando que “provoquei muitas pessoas”. “Então, acho que tenho obrigação de consolidar isso e, principalmente, repito sempre, com a participação dos jovens, que estão esperançosos e animados em participarem, efetivamente, da gestão e poder contribuir para que as entidades nikkeis progridam, não só em São Paulo como em diversos locais do Brasil. É isso que nós queremos e precisamos fazer: estimular para que os jovens assumam, de fato, papeis de liderança e que toquem as entidades. Eles têm uma capacidade fabulosa e o nosso futuro depende deles”, destacou Renato Ishikawa, que espera disseminar e multiplicar essa ideia Brasil afora.

(Aldo Shiguti)