
Em sua primeira reunião com a nova Diretoria e os novos Diretores Regionais do Bunkyo – Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e de Assistência Social – após ser reeleito para seu terceiro mandato à frente da entidade, Renato Ishikawa propôs a criação de um cadastro das entidades nikkeis.
Segundo ele, o Brasil tem aproximadamente 400 entidades nikkeis espalhadas pelo país. A ideia, explica, “é centralizar esse cadastro para que nós possamos nos comunicar com eles, além do diálogo que já é mantido pelos respectivos diretores regionais”. Renato conta que esse contato direto com o Bunkyo seria importante para essas associações, que pertencem às federações e ligas.
Ele destacou que, dentre essas cerca de 400 entidades, “algumas, ou muitas delas,” encontram-se em dificuldades, sejam elas de ordem financeira ou de pessoas. “Se pudermos – e, claro, essas associações quiserem também – nós do Bunkyo podemos ajudar. Não com dinheiro, mas ajudar de alguma forma, a estruturar eventos e incentivar para que nós possamos também reanimar esse pessoal”, disse Ishikawa, explicando que a ideia partiu do embaixador do Japão no Brasil, Teiji Hayashi.
Na reuniãoda Diretoria e Diretores Regionais, realizada no dia 31 de maio, no Hall de entrada do Grande Auditório e que contou com a presença da cônsul adjunta do Consulado Geral do Japão em São Paulo, Chjiho Komuro – o atual presidente do Bunkyo também sugeriu que a elaboração de uma calendário com os principais eventos organizados pelas associações para evitar a coincidência de datas. A medida, explica, ajudaria o Bunkyo a enviar representante no maior número de eventos possível.
Renato Ishikawa lembrou ainda que, desde que assumiu a presidência do Bunkyo, em 2019, tem procurado incentivar o relacionamento pessoal e com as entidades, além de incentivar o protagonismo dos jovens. Nesse quesito, assegura, “temos grande satisfação de dizer que eles tem correspondido de uma forma espetacular”. “Temos que criar nossos sucessores para garantir a sobrevivência das entidades”, afirmou.




Bunkyonet – Outra questão abordada pelo presidente Renato Ishikawa na reunião foi a reativação do Bunkyonet, “criado lá atrás e depois desativado”. Ele explicou que o Bunkyonet funcionaria como um Portal com conteúdo fornecido pelas próprias regionais. E concluiu sua fala esperançoso que “realmente consigamos nos comunicar”.
Chiho Komuro parabenizou a reeleição de Renato Ishikawa destacando que, sua eleição por aclamação é uma prova do quanto sua personalidade, seu modelo de gestão e sua liderança são admirados e bem avaliados pela comunidade nikkei, mesmo conduzindo a entidade em um período tão difícil como essa da pandemia”. E parabenizou os diretores regionais que foram eleitos ou reeleitos para essa gestão. “Sabemos o quanto esse trabalho de divulgar a cultura japonesa em suas regiões é complexo e essencial, sobretudo para a preservação e transmissão da história e dos valores trazidos pelos imigrantes japoneses às gerações mais jovens”, salientou a cônsul, lembrando que em 2023 a comunidade celebra 115 anos da imigração japonesa para o Brasil.
Durante a reunião também foi aprovada a ata da reunião anterior e abordados outros assuntos, como a apresentação da logomarca dos 115 Anos da Imigração Japonesa no Brasil criada pelo designer Gilmar Nashiro, da NK2, o programa Study in Japan e o projeto Kaigai Nikkeijin Taikai, apresentado pelo presidente da Comissão de Relações Internacionais do Bunkyo, Noritaka Yano.
Jovens não nikkeis – Por fim, os diretores regionais fizeram uma auto apresentação e responderam à questão: “o que minha associação pode fazer para fortalecer o relacionamento com o Bunkyo?”. Presidente da Associação Nipo-Brasileira da Amazônia Ocidental (Nippaku), Hajime Hatori disse que era a sua segunda participação presencial na reunião e gostaria de contar com o apoio e de trocar informações com os representantes de todas as regionais.
De Dourados, Nelio Shigueru Kurimori arrancou risos dos presentes ao afirmar que, do Bunkyo “preciso de tudo que vocês têm” enquanto Lika Kawano, presidente da Federação Cultural Nippo-Brasileira da Bahia, que congrega 11 associações, disse que o intercâmbio com o Bunkyo já vem acontecendo e que esse apoio tem contribuído para o fortalecimento de todas as filiadas.
Toshio Koketsu, lembrou que há 16 anos está à frente da Associação Cultural Nipo Brasileira da Alta Sorocabana (Hansoro) e que sua principal dificuldade tem sido a de “segurar os jovens” e pediu para que as regionais olhem com mais atenção para os não descendentes de japoneses, “que desenvolvem trabalhos muito interessantes” em prol da cultura japonesa.
Fôlego novo – Presidente da Liga da Alta Paulista, Keniti Mizuno destacou que cada associação tem características próprias e que a Liga procurado ajudar a manter principalmente asquelas que se encontram com mais dificuldades. “Motivamos as entidades a manter ativos. Algumas pagam a mensalidade com desconto, outras, com mais dificuldades, são isentas”, conta Mizuno.
Shinichi Yassunaga, representante da região Noroeste – que reúne cerca de 30 associações, de Três Lagoas (MS) a Bauru – destacou que a 54ª edição dom Bon Odori da Noroeste será realizada no dia 19 de agosto, na cidade de Araçatuba, e que o Kaikan de Bauru, que corria risco de fechar, ganhou fôlego novo com Emerson Luciano Tane, presidente do Clube Cultural Nipo-Brasileiro de Bauru.
Claudio Terasaka, presidente da Federação das Associações Nikkeis da Região Centro-Oeste do Estado de São Paulo (Fenco), disse que pretende fortalecer ainda mais o intercâmbio entre as entidades que pertencem à região “para que todas possam conhecer melhor a atuação do Bunkyo”.
(Aldo Shiguti)