Renato Shibata, de 37 anos, e Fabiane de Paula, de 38 anos, vivem na cidade de Komaki, na província de Aichi, Japão. O percurso do casal é um exemplo fascinante de amor e adaptação em terras distantes.
Renato se mudou para o Japão com apenas 7 anos de idade, uma experiência que ele descreve como “demorada” e um tanto confusa na infância. Já Fabiane, aos 20 anos, enfrentou sua própria jornada solitária, vindo do Brasil sem conhecidos e com a ajuda ocasional de estranhos. Uma lembrança marcante para ela foi um voo dos EUA para Tóquio, onde um casal americano ao seu lado a fez se sentir mais confortável durante uma refeição incomum.
Enquanto Renato foi trazido ao Japão por seu pai, que conseguiu um emprego em uma fábrica, Fabiane decidiu se mudar devido a dificuldades financeiras e falta de oportunidades no Brasil. Ela pediu um sinal a Deus e decidiu ir para o Japão em 2006, caso não encontrasse um emprego no Brasil até o final de 2005.
No Japão, ambos enfrentaram desafios semelhantes em suas carreiras. Renato trabalhou em fábricas e empreiteiras, incluindo a Honda e a Casio, enquanto Fabiane teve experiências em fábricas de autopeças e componentes eletrônicos. O casal se encontrou quando Renato tinha 19 anos. Eles namoraram por 7 meses, ficaram noivos por quase 3 anos, e se casaram. Seu casamento foi um evento especial, com a maioria das despesas cobertas por presentes.
O casal se descreve como “fora da caixinha”: Renato, o mais dramático, e Fabiane, a voz da razão. Renato lembra das datas importantes e, apesar de o noivado ter sido prolongado devido à crise de 2008, eles conseguiram construir uma vida juntos. Fabiane ajuda Renato em seus eventos fotográficos, preferindo o trabalho nos bastidores, enquanto Renato participa sozinho dos eventos em que é convidado, por ética.
Adaptação ao Japão trouxe seus desafios. Renato sentiu a falta de amigos e a barreira do idioma, enquanto Fabiane teve dificuldades ao fazer compras. No entanto, ambos encontraram alegrias no país: Renato aprecia a liberdade de escolher alimentos que antes eram restritos no Brasil, e Fabiane valoriza a segurança e a conveniência das lojas próximas.
Renato começou a trabalhar com a comunidade brasileira ao se apaixonar por fotografia, inicialmente fotografando paisagens e flores. Ele ganhou reconhecimento por seu trabalho e contribui para a crescente valorização do trabalho e serviços brasileiros no Japão. “O reconhecimento pela comunidade brasileira aumentou ao longo dos anos”, diz Renato.
A família desempenha um papel crucial em suas vidas. Renato recebe apoio constante de sua mãe, embora ela se preocupe com a distância. Fabiane perdeu seu pai em 2021, mas encontra força e incentivo em sua mãe.
O casal não planeja retornar ao Brasil. “Estamos satisfeitos com nossa vida aqui e não planejamos voltar. O Japão é nossa casa agora”, concluem. A história de Renato e Fabiane é um exemplo de como o amor e a resiliência podem transformar desafios em oportunidades, criando uma vida rica e gratificante em um novo lar.