Convidada como jogadora internacional: “Meu sonho é jogar shogi no Japão”
Em preparação para o 15º Campeonato Feminino Ricoh, torneio de shogi a ser realizado em maio no Japão, uma seleção de jogadoras estrangeiras convidadas foi realizada no site de competição de shogi 81 Dojo de 15 a 16 de fevereiro. Seis pessoas participaram do torneio de seleção, com Rebeca Vilhalba (30 anos), do Brasil, vencendo o campeonato. Os organizadores do torneio vão custear suas despesas de viagem e acomodação no Japão, e ela competirá na primeira rodada classificatória do campeonato em 10 de maio.
O Torneio Feminino Ricoh foi criado em 2011 pela fabricante japonesa de equipamentos ópticos Ricoh e pela Federação Japonesa de Shogi. O prêmio para a campeã é de 5 milhões de ienes. A atual detentora do título é Kana Fukuma, jogadora feminina de 6º dan. É um torneio completamente aberto no qual qualquer pessoa pode se inscrever. Para internacionalizar o shogi, foi criada uma cota para participantes estrangeiros pela primeira vez no mundo do shogi. Karolina Fortin (nome de solteira Styczynska), da Polônia, que competiu no segundo e no terceiro torneio, mais tarde se tornou jogadora profissional.

A seleção prévia de jogadoras para a seletiva internacional foi feita entre 17 de janeiro e 7 de fevereiro através do site da Federação Japonesa de Shogi. Os critérios incluíam ser mulher com nacionalidade diferente da japonesa e residir fora do Japão. Após a triagem dos documentos enviados, participaram duas brasileiras, duas americanas, uma taiwanesa e uma vietnamita. O torneio seletivo foi disputado em formato de todos contra todos, e Rebeca venceu todas as cinco partidas. Na final, derrotou a americana Lujie_S, consagrando-se campeã.
Rebeca se interessou por shogi aos 25 anos, depois de assistir ao anime “Sangatsu no Raion” (“o leão de março”), e aprendeu as regras por conta própria com informações da internet. Depois, começou a ter aulas particulares com Koushirou Hama, que atua na disseminação do shogi no Brasil, e atingiu o nível de primeiro dan amador. Ela é adepta da estratégia ibisha (jogo estático) e seu estilo preferido é a troca de bispos. Entre os jogadores que mais admira estão Yoshiharu Habu, Karolina Fortin e Madoka Kitao. No dia a dia, ensina shogi, xadrez e go para crianças brasileiras, além de participar da promoção do shogi no Brasil ao lado de Hama e outros. Essa será sua primeira viagem ao Japão — e também sua primeira viagem internacional.
Rebeca comenta: “Meu sonho sempre foi jogar shogi no Japão, então fiquei muito feliz por ter vencido a seletiva e ser convidada para a preliminar. Quero dar o meu melhor na competição. No Brasil, há poucas mulheres que jogam shogi, então quero usar essa experiência como incentivo para fortalecer ainda mais as atividades de divulgação e contribuir para o aumento de praticantes”.