Queima de tanzakus encerra 44ª Festa das Cerejeiras e 4º Tanabata Matsuri do Parque do Carmo

Diretoria da Federação de Sakura e Ipê do Brasil, voluntários, Kazuo Osaka e adm. do parque – FOTOS: ALDO SHIGUTI

No último domingo (4), o casal Ânderson e Josy aproveitaram o dia de sol para levar os filhos, Hellen e Heitor, para curtirem a 44ª Festa da Cerejeiras e 4º Festival das Estrelas “Tanabata” do Parque do Carmo. Moradores da Zona Leste, eles levaram um bolo para comemorar os dez meses do caçula. No estilo “fofo” com figurino todo rosa – Ana também comemorou seus 17 anos sob as cerejeiras. Ao lado de John, planejou seu piquenique com tudo na mesma tonalidade, desde a toalha – quadriculada rosa – até os doces e bebidas, passando pelos vasos com flores. “Como é cerejeira, fiz questão que tudo fosse rosa”, disse Ana.

Realizado pela Federação de Sakura e Ipê do Brasil nos dias 26, 27 e 28 de julho e 2, 3 e 4 de agosto, a festa atraiu milhares de pessoas ao Parque do Carmo. De acordo com registros do próprio parque, 1.347.961 pessoas passaram pelo local nos seis dias de festa. No primeiro final de semana (26, 27 e 28 de julho), foram 662.283 visitantes. Neste último (2, 3 e 4 de agosto), outros 685.678, sendo o domingo (4), o dia de maior presença de público, com 399.498 pessoas.

Além de contemplar a flor símbolo Japão – no caso do Parque do Carmo os três bosques contam com cerca de 4 mil pés das variedades Okinawa, Himalaia, Yukiwari e Oshima – o público também conferiu uma série de apresentações artísticas, com destaques para os grupos de taikôs (tambores japoneses) e danças típicas. A gastronomia oriental também marcou presença com barracas vendendo pratos típicos japoneses, com destaque para o sakura mochi da Federação de Sakura e Ipê.

Queima de tanzakus – Durante o evento, o público participou escrevendo os seus desejos em pequenos pedaços de papel coloridos, chamados tanzakus, que foram pendurados nos ramos dos bambus (sassadake). No final do festival, o ministro Kazuo Osaka conduziu uma cerimônia de queima de tanzakus para que os pedidos se transformem em fumaça e cheguem até às estrelas. A fumaça simboliza a entrega dos pedidos aos deuses. 

Balanço – Para Pedro Yano, presidente da Federação de Sakura e Ipê do Brasil, que organiza a festa desde 1981 com o intuito de mostrar a florada e incentivar os visitantes a apreciarem e contemplarem o belíssimo visual dessa época, o balanço foi “positivo”.

“Foi muito bom. Uma das nossas principais preocupações era quanto ao público, ou melhor, quanto ao acesso até o Parque do Carmo. É um problema que a gente enfrenta todos os anos porque muita gente não consegue vir por causa do congestionamento na região. Tive conhecimento de pessoas que levaram duas horas para chegar até aqui. Temos que estudar um meio de tentar minimizar esse transtorno”, disse Pedro Yano, que na cerimônia de abertura, no dia 27 de julho, foi homenageado pelo Consulado Geral do Japão em São Paulo com um Diploma entregue pela cônsul Adjunta, Chiho Komuro, por sua contribuição para a promoção da amizade e da compreensão mútua entre o Japão e o Brasil através do plantio e da manutenção de cerejeiras e ipês no parque do Carmo. 

Equipe – Segundo Pedro Yano, além de recursos financeiros, realizar um evento deste porte requer também um bom relacionamento com todos os envolvidos, desde órgãos como a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), Guarda Civil Metropolitana, Polícia Militar, Subprefeitura (no caso, de Itaquera) e a administração do parque. “O diálogo e a compreensão são muito importantes”, conta Yano, explicando que o primeiro passo é resolver os trâmites burocráticos.

“Depois, vamos acionando os órgãos competentes”, conta ele, acrescentando que não seria possível realizar a festa sem a ajuda dos vereadores – que destinam recursos de emendas parlamentares – e o apoio da Prefeitura de São Paulo, através da Secretaria do Verde e do Ambiente, e do Governo do Estado de SãoPaulo.

“Felizmente contamos com uma equipe bem entrosada e isso facilita muito”, destaca Pedro Yano, que agradeceu também os voluntários, artistas, colaboradores, patrocinadores, bazaristas e o público que prestigiou a festa.

(Aldo Shiguti)

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