Prêmio Kiyoshi Yamamoto homenageia destaques da agricultura

Ano passado, Cerimônia de Outorga do prêmio foi realizada na Câmara Municipal de São Paulo – Arquivo

A Comissão Bunkyo Rural / Prêmio Kiyoshi Yamamoto realiza no próximo dia 1 de novebro, sexta-feira, a partir das 19h, no Salão Nobre do Bunkyo – Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e de Assistência Social, no bairro da Liberdade, em São Paulo, a cerimônia de outorga do 53º Prêmio Kiyoshi Yamamoto.

Dedicado a pessoas e instituições que prestaram relevantes contribuições ao Brasil no desenvolvimento do setor agropecuário, os premiados desta edição são os agrônomos Shu Otani, Chukichi Kurozawa e Guenji Yamazoe e o criador de bovino da raça Wagyu, Sadao Iizaki.

O Prêmio Kiyoshi Yamamoto foi instituído em 1965 pela Associação Brasileira de Estudos Técnicos da Agricultura (Abeta) para homenageas as pessoas que, nas suas respectivas atividades agropecuárias, tenham contribuído de forma relevante para o desenvolvimento técnico e econônico da agricultura brasileira.

Quem foi Kiyoshi Yamamoto – A denominação dada ao Prêmio é uma homenagem a Kiyoshi Yamamoto, agronômo japonês que introduziu a vespa de Uganda que combateu o surto da broca do café que ameaçava destruir plantações inteiras das fazendas de café no Estado de São Paulo, além de ter sido um dos fundadores da Associação Paulista de Cultura Japonesa, que daria origem à atual Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa, da qual foi seu primeiro presidente.

Com a extinção da Abeta, a partir de 1999 o Prêmio Kiyoshi Yamamoto passou a ser concedido pelo Bunkyo.

Esse Prêmio é considerado atualmente a láurea de maior longevidade no setor agrícola do Brasil. Desde sua criação, já homenageou mais de 160 personalidades, além de duas instituições. A maioria dos premiados é constituída por produtores rurais da comunidade nikkei, sendo que alguns pesquisadores e professores não nikkeis também foram agraciados em função do notável apoio dado aos agricultores da comunidade.

Os homenageados

Shu Otani – Nascido na cidade de Amagasaki, província de Hyogo, Shu Otani graduou-se pela Faculdade de Ciências Agrícolas de Hyogo. Chegou ao Brasil em 1963 e em 1976, já na Cooperativa Agrícola de Cotia, foi responsável pela produção de maçã do assentamento da cooperativa em São Joaquim (SC), sob orientação do Dr. Ushirozawa (designado pela Jica a pedido do Estado de Santa Catarina). Em 1987 iniciou a produção da goiaba “feijoa”. Em 27 anos de produção da feijoa, foram colhidas cerca de 200 toneladas. Em 2024, a safra de feijoa da terceira geração superou as 6,5 toneladas.

Sadao Iizaki – Indicado pela Associação Central Nipo-Brasileira da Região Bragantina, Sadao Iizaki fez carreira na tradicional e conhecida empresa japonesa Yakult e, em 1992, ainda como executivo da empresa no Brasil, lançou o desafio de introduzir no país o bovino da raça Wagyu por acreditar que essa raça poderia crescer muito nesse mercado.

Em 1994, para dar continuidade e desenvolvimento da Raça Wagyu no Brasil, Sadao Iizaki se empenhou para fundar a Associação Brasileira dos Criados de Bovinos da Raça Wagyu.  Graças a sua atuação pioneira, o Brasil registra atualmente um plantel de mais de 17 mil cabeças de Wagyu, entre puro e comercial.

Chukichi Kurozawa – Nascido em 23 dejulho de 1940 na cidade paulista de Mirandópolis, Chukichi Kurozawa é um dos principais nomes na fitopatologia no Brasil. Graduado em Agronomia (1966), mestrado (1972) e doutorado em Fitopatologia (1975) pela Esalq/USP/Piracicaba, ele iniciou suas atividades docentes na FCA/Unesp em 1968 e se aposentou em 1998, permanecendo por mais 4 anos como professor voluntário. Foi vice-diretor da FCA (1989-1993) e presidente do Congresso Paulista de Fitopatologia em três ocasiões.

Orientou cerca de 50 alunos de graduação, 30 de pós-graduação. Publicou dezenas de artigos científicos e trabalhos em eventos, proferiu mais de cem palestras e lançou três variedades de tomate para a indústria. É consultor do programa Globo Rural, da TV Globo, desde 1999.

Dentre os prêmios e homenagens que recebeu estão: Prêmio Paulista de Fitopatologia (1991), Prêmio Summa Phytopathologica (1977 e 1988), paraninfo das turmas de Agronomia da FCA nos anos de 1987 e 1997 e professor homenageado por dez turmas de formandos.

Também foi premiado pela AEASP como Destaque em Comunicação Rural (2008) e homenageado pela Associação Paulista de Fitopatologia em 2013 e 2017. Em 2008 recebeu o título de Professor Emérito da FCA/Unesp. Em 2022, recebeu a Medalha Fernando Costa, na categoria Defesa Agropecuária, da Associação de Engenheiros Agrônomos do Estado de São Paulo (AEASP).

Guenji Yamazoe – Indicado pela ABJICA (Associação dos Bolsistas Jica – São Paulo) por sua trajetória profissional e contribuições nos diversos campos da conservação ambiental e desenvolvimento comunitário, Guenji Yamazoe nasceu em 1935, em Juqueri, atual Mairiporã (SP), trabalhou na Cooperativa Central Agrícola Sul-Brasil (1951-1958 e 1964-1965).

Engenheiro Agrônomo pela ESALQ/USP (1963), obteve bolsa de estudos do Ministério da Educação do Governo do Japão (MONBUSHO), onde estudou Ciências Florestais nas Universidades de Hokkaido (1965-1966) e Kyushu (1966-1967). Ingressou no então Serviço Florestal do Estado (1968) e com a transformação em Instituto Florestal (1970), exerceu os seguintes cargos: Assistente Técnico de Direção (1970 a 1980), Diretor Geral (1980 – 1983), Diretor da Divisão de Florestas e Estações Experimentais (1984 – 1989) e Diretor do Serviço de Comunicações Técnico-Científicas (1991 -1992). Foi contraparte dos Projetos de Pesquisa Florestal no Estado de São Paulo e de Pesquisa em Conservação de Florestas e Meio Ambiente, em cooperação com a JICA (1979 a 2004). Como pesquisador científico trabalhou com silvicultura de Euterpe edulis – palmeira juçara.

Aposentado em 2005, exerceu os seguintes cargos: Presidente da Associação dos Bolsistas JICA – ABJICA (2010-2014), Presidente da Comissão do Prêmio Kiyoshi Yamamoto (2013-2017) e Presidente da Associação Cultural Tottori Kenjin do Brasil (2017-2019).

Com o apoio da ONG japonesa VERSTA vem realizando projeto de sistemas agroflorestais desde 2012, no Vale do Ribeira, tendo como componente principal a palmeira juçara, visando à conservação da Mata Atlântica e a partir de 2019 no repovoamento de palmeira em vegetação secundária, na mesma região.

Tem organizado anualmente os Seminários Frutos da Mata Atlântica – O sabor da biodiversidade pela ABJICA desde 2012, tendo alcançado 10 edições e paralelamente os Seminários SAF Juçara, pela ONG VERSTA, desde 2014, já em nona edição.

Publicou os seguintes livros: Manual de Pequenos Viveiros Florestais (2003), 25 Anos de Cooperação JICA – Instituto Florestal (0rg) (2005), As Florestas e a Burocracia (2013).

Memórias da ABJICA – 30 anos de história (Org) (2014) e Prêmio Kiyoshi Yamamoto – A contribuição da comunidade nikkei à agricultura brasileira (Org)(2015).

Recebeu os seguintes prêmios: Prêmio de Reconhecimento da JICA (2013), Prêmio Muriqui, da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica (2014), Diploma de Honra ao Mérito concedido pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros do Japão (2015), e a Comenda da Ordem do Sol Nascente, Raios de Ouro e Prata, concedida pelo Imperador Heisei (2017).

(Aldo Shiguti)

53º Prêmio Kiyoshi Yamamoto

Quando: Dia 1 de novembro, às 19 horas

Onde: Salão Nobre do Bunkyo (2º andar): Rua São Joaquim, 381 – Liberdade (rpóximo à estação São Joaquim do Metrô

Adesão: R$ 150,00 (pagamento até 1/11 via PIX – chave: 61.511.127/001-60

*Homenageados, cônjuges dos homenageados e patrocinadores estão isentos

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