Pavilhão Japonês celebra 70 anos com novidades para o público

Cerimônia em comemoração aos 70 anos de fundação do Pavilhão Japonês novidades – Aldo Shiguti

Construído com apoio do governo japonês e da comunidade nipo-brasileira, o Pavilhão Japonês – localizado no Parque do Ibirapuera (zona Sul de São Paulo) – celebra este ano seu 70º aniversário com muitas novidades e novas parcerias. Alguns projetos referem-se a obras de melhorias e outros incluem eventos. O anúncio foi feito pelo presidente da Comissão de Administração do Pavilhão Japonês, Claudio Kurita, na manhã desta quarta-feira (28), exatamente uma semana após a data oficial de sua inauguração, em 21 de agosto de 1954.

Estiveram presentes Renato Ishikawa, presidente do Bunkyo – Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e de Assistência Social – entidade que administra o equipamento; o cônsul geral do Japão em São Paulo, Toru Shimizu; a representante Sênior da Jica (Japan International Cooperation Agency), Reiko Kawamura; o presidente da Associação Kaigai Nikkeijin Kyokai, Katsuyuki Tanaka; o chefe de Gabinete do deputado federal Kim Kataguiri, Rafael Minatogawa; o arquiteto Roberto Kubota e a artista Cristina Komatsu – autores da logo comemorativa dos 70 anos – e Masatomi Kojima, amigo pessoal de Norio Nakashima, da construtora Nakashima Komuten – responsável por obras de restauração no Pavilhão Japonês.

SPFW – Kurita disse que até o final deste ano o Pavilhão Japonês ainda deve receber muitas atividades como um desfile do São Paulo Fashion Week – que acontece acontecerá de 16 a 21 de outubro, no Pavilhão das Culturas Brasileiras, no Parque do Ibirapuera, e no Iguatemi São Paulo – em parceria com a estilista Fernanda Yamamoto. Para o ano que vem, uma novidade é a parceria com o Instituto dos Arquitetos para a realização de um evento satélite ligado à arquitetura japonesa.

Ao jornal Nippon Já, Claudio Kurita disse que é uma grande responsabilidade estar à frente do Pavilhão Japonês no ano em que o equipamento comemora seu 70º aniversário.

“Trata-se de um espaço histórico de São Paulo e dentro do Parque do Ibirapuera, um símbolo de São Paulo. É uma missão muito difícil, mas ao mesmo tempo, muito prazerosa porque a gente vê as pessoas visitando o espaço, comentando, falando da beleza, aprendendo mais sobre a cultura japonesa e isso é uma coisa que dá satisfação para todos nós da Comissão Organizadora”, disse Kurita, lembrando que é apenas um “porta-voz de um grupo de voluntários que assumiu um desafio de dar visibilidade ao Pavilhão Japonês.

Tripé – Segundo ele, num final de semana de tempo bom, o espaço costuma receber entre 1400 e 1500 visitantes. “É muito bom a gente poder dar essa possibilidade para que as pessoas conheçam o espaço. O que a gente fez foi trazer eventos, exposições e firmar grandes parcerias. Esse é um tripé que a gente tem feito para que as pessoas possam retornar a frequentar o Pavilhão”, concluiu.

Presidente do Bunkyo, Renato Ishikawa destacou o orgulho de “poder ostentar o título de que esse Pavilhão Japonês é um dos raros pavilhões fora do Japão e que preserva boas condições e suas características originais”.

Para ele, “nos últimos anos, sentimos que o Pavilhão está se renovando cada vez mais, com o número crescente de frequentadores e promovendo uma gama interessante de atrações culturais”.

Reunificação – Aurélio Nomura lembrou a participação do poeta Guilherme de Almeida que, sentindo falta da presença japonesa nas comemorações do IV Centenário, procurou o Consulado japonês para que pudesse participar da programação”. “E nós estávamos vivendo aqui no Brasil uma situação muito difícil no pós-guerra dos derrotistas e vitoriosos. E a maneira mais importante de nós reunificarmos novamente nossos propósitos de engrandecimento foi acabar com toda essa confusão que estava acontecendo e trabalharmos na implantação do Pavilhão Japonês, que é uma réplica do pavilhão Katsura”, disse o parlamentar, que lembrou ainda a luta da comunidade para que o equipamento não fosse retirado do parque na gestão do então prefeito Paulo Maluf.

“Nós fizemos um movimento e acho que pela primeira vez, os nikkeis chegaram a conseguir 70 mil assinaturas, protestando contra a retirada”, disse. “E, mais recentemente, quando eu era líder do governo do João Dória, novamente o Pavilhão foi incluído dentro da PPP do Parque Ibirapuera. E graças aos esforços de todos conseguimos suspender o edital de licitação e tivemos condição de fazer com que o equipamentopermanecesse no Parque do Ibirapuera”, destacou Nomura.

Acessibilidade – Rodrigo Goulart, que destinou recursos para obras de melhorias no local, destacou não só a importância de preservar o Pavilhão Japonês mas também “oferecer acessibilidade para que mais pessoas possam conhecer esse grande símbolo da nossa comunidade”. Para o vereador, o Pavilhão Japonês serve de exemplo “do quanto deram certo as concessões”. “A gente tem aqui, no coração da cidade, um exemplo simbólico. É mais uma prova de grande resistência da nossa comunidade japonesa e conseguimos isso graças à nossa representatividade na Câmara”, explicou Goulart.

Para o cônsul Toru Shimizu, o Pavilhão Japonês é “fruto de uma estreita colaboração entre o Japão, o Brasil, e a comunidade nipo-brasileira”. “Desde a sua inauguração, este espaço tornou-se um símbolo vivo da amizade entre os nossos países, preservando e promovendo a cultura japonesa em solo brasileiro”, disse o cônsul”.

Símbolo – “Hoje o Pavilhão Japonês é muito mais do que um espaço físico e um símbolo perene da amizade entre o Japão e o Brasil e é com grande satisfação e alegria que observo como este local é amado pelos paulistas e por brasileiros de todo o país que visitam o Parque do Ibirapuera”, afirmou o cônsul.

Coube a Cristina Izumi Sagara, cujos pais, calígrafos, ajudaram a escrever – literalmente – a história do Pavilhão Japonês, comandar o brinde.

(Aldo Shiguti)

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