
No Japão, questões sobre igualdade de gênero voltam à tona com comentários controversos feitos pelo ex-primeiro-ministro Taro Aso a respeito da atual ministra dos Negócios Estrangeiros, Yoko Kamikawa, destacando os obstáculos enfrentados pelas mulheres na política.
Durante um discurso na província de Fukuoka no domingo (28), Aso – vice-presidente do Partido Liberal Democrata – fez comentários sobre a aparência de Kamikawa, referindo-se a ela como “obasan”, termo que pode ser traduzido como “senhora mais velha”. Tal expressão, embora tenha sido acompanhados de elogios às habilidades diplomáticas e ao desempenho internacional de Kamikawa, foram amplamente criticados por sua natureza controversa.
Além de suas observações, Aso também equivocou-se quanto ao nome da ministra em diversas ocasiões, chamando-a erroneamente de “Kamimura”. Kamikawa, por sua vez, abordou as observações de forma indireta em uma coletiva de imprensa, enfatizando a importância da compreensão e apoio à sua diplomacia.
Tal episódio ressalta desafios persistentes relacionados à igualdade de gênero na política japonesa, destacando a necessidade contínua de uma abordagem mais inclusiva e respeitosa. Especialistas apontam que tais comentários sexistas não apenas perpetuam estereótipos prejudiciais, mas também refletem uma cultura política que ainda tem que avançar significativamente em direção à igualdade de gênero.

O Japão tem sido criticado por sua classificação desfavorável em termos de igualdade de gênero na esfera política, ocupando o 138º lugar entre 146 países no subíndice de Empoderamento Político do relatório sobre disparidades de gênero do Fórum Econômico Mundial. Esse cenário indica a necessidade urgente de uma mudança de mentalidade e políticas que promovam a igualdade de oportunidades e tratamento justo para mulheres na política japonesa.
Além disso, a preocupação com comentários sexistas não se limita apenas ao cenário político nacional. Incidentes semelhantes foram observados em outras esferas da sociedade japonesa, como demonstrado pelo caso em uma sessão do comitê da Assembleia da Província de Mie, onde um membro masculino fez comentários sobre a aparência de duas meninas do ensino médio, evidenciando uma cultura mais ampla de objetificação e discriminação de gênero.
Diante desses desafios, ativistas e líderes de opinião estão instando a sociedade japonesa a enfrentar essas questões de frente, promovendo uma cultura mais igualitária e respeitosa. A mudança é crucial não apenas para o avanço das mulheres na política e em outras esferas, mas também para o progresso social e econômico mais amplo do país.