No período entre final de abril e começo de junho deste ano, ocorreu na cidade de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, os Jogos Escolares da Juventude, realizado pela Fundação de Desporto e Lazer de Mato Grosso do Sul (Fundesporte), juntamente com a Secretaria de Estado de Turismo, Esporte, Cultura e Cidadania e o Governo de Mato Grosso do Sul. Na ocasião, os jovens atletas de voleibol e futsal entre 15 e 17 anos tiveram contato com a nova modalidade esportiva, até então desconhecida: o gateball, através de oficinas ministradas pelos integrantes da Regional Mato Grosso do Sul de Gateball.
A iniciativa partiu do presidente da Regional, Júnior dos Santos Duarte, mais conhecido como “professor Júnior Duarte” dentro da comunidade de gateball, devido à sua profissão anterior efetuado ao longo de 14 anos. Ele conta que foi quando viu um evento de laço, esporte comum no Mato Grosso do Sul que compete a habilidade e a agilidade de manejo de gado, sendo patrocinado pela Fundesporte, que teve a ideia: “tudo que é feito no gateball é autopatrocinado, por que não buscar apoio do Governo do Estado?”.
Logo colocou os planos em ação, saindo da sua cidade, Dourados, até a sede da Fundesporte na capital sul-mato-grossense, para buscar informações. “Fui muito bem recebido pela direção da Fundesporte”, comenta Júnior, que assim que demonstraram interesse pela inclusão de novas modalidades em suas programações já apresentou o gateball. Surgia o convite da Fundesporte para a Regional Mato Grosso do Sul de Gateball ministrar uma oficina dentro dos Jogos Escolares da Juventude. “Não sabia se eles (os jovens participantes dos Jogos) iriam gostar, mas não perdi a oportunidade de apresentar a modalidade para todo o estado”, relembra.
Enquanto os jovens jantavam e interagiam entre si, um campo improvisado de gateball feito de papelão chamava a atenção e despertava a curiosidade deles. Lá foi apresentado conceitos básicos do esporte, além de experimentação prática com algumas batidas na bola. As duas oficinas que ocorreram com os jogadores de voleibol e futsal trouxeram bons resultados, considerando o número de participantes, que foi em torno de 50 a 80 em cada sessão, e o interesse dos professores responsáveis das delegações participantes dos Jogos em levar o gateball para suas cidades.
Ação em conjunto
Júnior ressalta que o sucesso das oficinas não é um mérito só seu. Segundo ele, a colaboração dos atletas de gateball de Campo Grande na execução foi essencial. Também mencionou o atleta Milton Okazachi, tesoureiro da Regional Mato Grosso do Sul e diretor de gateball da cidade de Dourados, que acompanhou a sua primeira visita até a sede da Fundesporte e ministrou as oficinas também. “Juntamente a Fundesporte, nós temos o interesse de levar o gateball para melhor idade também”, comenta Júnior. E para este objetivo o Milton pode ser um grande facilitador, já que ele pratica diversas outras modalidades de esporte, como vôlei adaptado, além de fazer parte do grupo da melhor idade.
“Se não investirmos na base, futuramente não teremos atletas”
Além de ocupar o cargo de presidente da Regional Mato Grosso do Sul de Gateball, Júnior é secretário do conselho deliberativo da União dos Clubes de Gueitebol do Brasil (UCGB), desde 2019, e Secretário-geral da Associação Cultural e Esportiva Nipo-Brasileira de Dourados, desde 2022. Sua preocupação em preservar e difundir a cultura japonesa no Brasil é admirável, ainda mais por ele não apresentar nenhuma ascendência japonesa. Então, qual a sua motivação?