Marcos Yamada – Mais um fim da hegemonia no tênis de mesa  

Há algum tempo escrevi sobre o Brasil perder a soberania no tênis de mesa nas categorias de base, aqui nas Américas. Antes, quase que 100% das medalhas de ouro eram dos nossos atletas e nos últimos eventos do continente, já não temos o domínio com apenas brasileiros no pódio. Os números provam esta atual realidade de 20%. Qual o motivo dessa mudança? 1) Ba América, antes, eram apenas países latinos que participavam, agora acrescentaram o Canadá e os EUA, 2) A globalização, ou seja, a informação chega para todos, Internet, intercâmbio, participação em Ligas Europeias, conhecimento/sabedoria. 3) Planejamento, todos os países estão se organizando e cumprindo muito bem os programas de treinamento, 4) Local, por exemplo, um Centro Olímpico de alto rendimento, não temos no Brasil, um ponto da Confederação/Federação para concentrar os atletas em treinamentos, atualmente usamos os clubes, 5) Massificação, muitos anos não conseguimos dar um “boom” no número de praticantes, são sempre os mesmos que tem um bom poder aquisitivo financeiro, para participar das competições nacionais, bem caros se compararmos com o salário mínimo do pais, 6) Estrutura, uma Liga profissional bem organizada e com visibilidade como na Europa, por isso nossos melhores atletas tem que jogar fora, para se manter em alto nível.

Juntando-se todos estes problemas, a decadência do estado de São Paulo, também foi provada neste final de semana (22 e 23 de janeiro), na seletiva nacional para as categorias de base, que antes das 12 vagas em disputa, os paulistas ficavam com 80 a 90%, agora caiu para 50%. Lembrando que dos cerca de 5 mil mesa-tenistas no pais, mais da metade se concentra aqui.

Nas 12 finais para as categorias – Mirim, Infantil, Juvenil, masculino e feminino –, 12 finalistas eram do Paraná, Minas Gerais, Goiás, Santa Catarina e fica o destaque especial para os 6 que derrubaram paulistas e vão representar o pais nos torneios internacionais.

 Mahayla Sarda – Rio do Sul SC (vagas no mirim e no infantil), Vinicius Rech – Rio do Oeste SC (Mirim), Maria Alice Rodrigues – Curitiba PR, Felipe Lara – São Jose dos Pinhais PR (Infantil), Joon Shim – ACEL Londrina PR (juvenil). Os demais classificados foram os paulistas: Giulia Takahashi, Laura Watanabe, Henrique Noguti, Vicenzo Nakashima, Lana Ozeki e Felipe Okano.  

O que acham ??? Estamos evoluindo em São Paulo? Outros estados que melhoraram? Os países que não tem nem metade da nossa população na América, que agora investiram pesado no tênis de mesa ???  Ficam estas duvidas para tirarmos as nossas conclusões.

Não é a nossa propaganda que faz o esporte, e sim os resultados conquistados.

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