K-fashion: startup coreana mira Japão para ser o novo boom global da moda

Na era das compras on-line, o segmento de moda certamente está no topo das categorias mais buscadas. Muito se deve às marcas chinesas, especialmente a Shein, que conseguiu alavancar de forma meteórica sua projeção mundial. Mas será que o reinado da gigante de fast fashion pode ruir? Se depender dos coreanos, a resposta é sim. E utilizando estrategicamente o Japão para atingir objetivos maiores.

Considerada uma das maiores plataformas de venda de vestuário na Coreia do Sul, a Musinsa traz um apetite voraz de abocanhar uma grande fatia do mercado que fica de olho nos lançamentos em apps e redes sociais. A depender da agressividade de seu modelo de negócios, a marca tem tudo para competir com as chinesas.

Para expandir sua atuação além das fronteiras locais, a coreana mirou no território japonês: inaugurou uma subsidiária por lá no ano retrasado e moldou seu aplicativo de compras para o público japonês. Já são cerca de 300 itens disponíveis ligados ao departamento de vestuário.

Posicionada como uma empresa que compete com Zara e Uniqlo, a Musinsa traz um tíquete-médio acima das concorrentes. Mesmo assim, encontra a cada dia um público interessado em seus produtos – muito por conta da popularidade do K-Pop e do K-Drama. Além disso, os produtos vendidos pela coreana cabem dentro do orçamento de jovens japoneses na faixa dos 20 anos.

Mas, por qual motivo a Musinsa acredita que escalar seu modelo de negócio seja tão viável? Para o CEO da companhia, Han Mun-il, “as marcas asiáticas têm alcance global”. Em entrevista ao Nikkei Asia, o executivo ainda destacou que as vendas crescem de forma positiva ao longo dos últimos meses – confirmando sua afirmação. Como exemplo, ele cita ainda outros segmentos que também estouraram no mundo. “Os produtos relacionados à beleza da Coreia do Sul ganharam penetração mundial devido à proliferação do K-pop e do K-drama. O ‘K-fashion’ é definitivamente capaz de conquistar o mundo”, acrescentou.

As origens da Musinsa remontam a 2001, quando o fundador Cho Man-ho lançou uma comunidade na Internet para os usuários compartilharem fotos de tênis. O nome “Musinsa” é uma abreviação de uma frase coreana que significa “fotos inesgotáveis ​​de sapatos”.

Após a transição para o comércio eletrônico, a Musinsa foi incorporada oficialmente em 2012. Mas a empresa se diferencia de outras startups de venda de moda por explorar os seguidores online que cultivou.

Mas não são só vontades e percepções de mercado que fazem da Musinsa uma potencial nova gigante global. Seu modelo de negócios inclui a chamada economia criativa dentro do core business, pois sua plataforma possui ferramentas que conectam designers e consumidores. Designers enviam fotos e vídeos mostrando roupas e demonstram como usá-las. A Musinsa também dedica recursos à promoção de designers, ao abrir vários estúdios de design em Seul, oferecendo vagas para jovens talentos. De lá, criam-se conexões com com fabricantes de roupas.

Por meio desse arranjo, a Musinsa consegue oferecer marcas que não estão disponíveis em nenhum outro site ou e-commerce, característica que aumentou a vantagem competitiva da startup. Vale lembrar que a empresa também é acionista minoritária em mais de 100 empresas sul-coreanas, principalmente marcas iniciantes.

É justamente todo esse modelo que faz a roda girar para a Musinsa que o CEO busca expandir em outros países. No Japão – país que Han Mu-il se ficou imerso no último mês – a ideia é desenvolver um centro de distribuição até meados de 2024.

“O Japão tem várias marcas de destaque e, por meio de nossa plataforma, criaremos um mecanismo para vendê-las em todo o mundo”, disse Han. Esperamos gerar um ciclo virtuoso no Japão, como fizemos na Coreia do Sul”, destacou ele.

Unicórnio de respeito – A Musinsa já é uma gigante no mundo das startups. Trata-se de um unicórnio (empresa de tecnologia avaliada em mais de US$ 1 bilhão) que registrou lucros crescentes nos últimos anos. Em 2021, aumentou a receita em 41%, totalizando US$ 366 milhões).

As origens da Musinsa remontam a 2001, quando o fundador Cho Man-ho lançou uma comunidade na Internet para os usuários compartilharem fotos de tênis. O nome “Musinsa” é uma abreviação de uma frase coreana que significa “fotos inesgotáveis ​​de sapatos”.

Após a transição para o comércio eletrônico, a Musinsa foi incorporada oficialmente em 2012. Mas a empresa se diferencia de outras startups de venda de moda por explorar os seguidores online que cultivou.

Hoje, a companhia está avaliada em US$ 2,2 bilhões, de acordo com a empresa de pesquisa americana CB Insights, tornando-se o sexto unicórnio mais valioso da Coreia do Sul em outubro. A nação é o lar de 15 unicórnios. Em termos comparativos, o Brasil está até em um nível superior no ranking, com 17 empresas listadas como unicórnios.

“Quero fazer um trabalho que cause impacto no mundo em que vivo”, diz Han, resumindo todo um modelo criativo que envolve marcas iniciantes, designers, criadores de conteúdos e consumidores finais.

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