“O prêmio dará impulso para a causa pela proibição das armas nucleares”
A Confederação Japonesa de Organizações de Vítimas de Bombas A e H (Nihon Hidankyo) solicitou a presença de uma pessoa do Brasil na cerimônia do Prêmio Nobel da Paz, que será em Oslo, Noruega, em 10 de dezembro.
Junko Watanabe (81 anos, província de Hiroshima) foi escolhida e aceitou participar após deliberação da Associação dos Sobreviventes da Bomba Atómica no Brasil, da qual é diretora.
De acordo com Watanabe, após o anúncio do Prémio da Paz, havia conversações a respeito e recorda que pensou nisso até ao último minuto. 31 nomes da delegação que irá à cerimônia foram anunciados no Japão no dia 1º de novembro e seu nome estava na lista.
“Recebemos a solicitação da Hidankyo e decidimos após consultar os membros. Há muito tempo que luto juntamente com Takashi Morita (falecido), Kunihiko Bonjihara e outros, pela abolição das armas nucleares. (…) Quero participar como um dos hibakushas (sobreviventes de bomba atômica) que vivem no Brasil”, disse ela.
Recentemente, em 12 de agosto, havia falecido aos 100 anos Takashi Morita, que fundou a Associação Brasileira de Hibakushas pela Paz em 1984 e que, como seu presidente, defendeu durante muitos anos a proibição das armas nucleares.
Watanabe acrescentou: “Há atualmente uma atmosfera de perigo no mundo, como se estivéssemos a um passo da utilização de armas nucleares. Chegou o momento de cada um de nós, hibakushas, falar ainda mais alto para evitar que tal coisa volte a acontecer. O prêmio faz-me sentir ainda mais responsável. Gostaria de poder chamar mais atenção pela proibição das armas nucleares com esse prêmio”.