José Taniguti toma posse como novo presidente da Kenren

Em cerimônia concorrida, que contou com a presença da cônsul geral Adjunta do Consulado Geral do Japão em São Paulo, Chiho Komuro; da representante sênior da Jica (Japan International Agency Cooperation), Reiko Kawamura; do presidente do Bunkyo  – Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e de Assistência Social – Renato Ishikawa; dos vereadores Aurélio Nomura e George Hato, do presidente da Câmara de Comércio de Indústria Japonesa do Brasil, Yuki Kodera, além de presidentes e representantes dos 47 kenjinkais (associações de províncias), tomou posse na noite desta segunda-feira (20), no salão nobre do Bunkyo, a nova Diretoria da Kenren – Federação das Associações de Províncias do Japão no Brasil – que terá a frente José Taniguti, do Wakayama Kenjinkai.

Conforme matéria publicada na edição de 04 de abril do Nippon Já, a nova Diretoria foi eleita em Assembleia Geral Ordinária realizada no dia 28 de março, na sede da Kenren, no quinto andar do Edifício Bunkyo, na Liberdade, em São Paulo

José Taniguti, de 81 anos, assume no lugar de Toshio Ichikawa (Toyama), que ficou no cargo por duas gestões.

Também foram empossados os sete novos vice-presidentes: 1º Vice-Presidente: Alfredo Makoto Ohmachi (Akita); 2º Vice-Presidente: Sergio Masaki Fumioka (Kagoshima); 3º Vice-Presidente: Mitsuyoshi Nagaya (Gifu); 4º Vice-Presidente: Helena Leiko Kawasaki (Shizuoka); 5º Vice-Presidente: Akinori Yoshida (Saitama); 6º Vice-Presidente: Oston Itiro Suga Hirano (Hokkaido) e 7º Vice-Presidente: Mauro Takanori Tada (Iwate). 

Balanço – Em seu balanço, Toshio Ichikawa falou de suas principais ações como presidente. Lembrou que assumiu a Presidência em um período difícil, durante a pandemia da Covid-19, e por conta disso a Kenren ficou sem realizar sua principal atividade: o Festival do Japão. “Fizemos as rescisões contratuais e devolução dos alugueis dos bazaristas e demais participantes no Festival do Japão. Investimos em reuniões via Zoom e todos aprenderam a usar essa tecnologia. Planejamos e realizamos o Festival do Japão Live com jovens das associações e com a participação de artistas do Japão e do Brasil. Felizmente foi um grande sucesso, talvez foi a última grande live”, destacou Ichikawa, explicando que, em 2021, ainda sob a pandemia, a Kenren enfrentou “enormes dificuldades de caixa”.

“Tivemos apoios financeiros fundamentais da Fundação Kunito Miyasaka; Hospital Nipo- Brasileiro (Enkyo); do Hospital Japonês Santa Cruz e do grupo francês GL”, disse ele, que lembrou as intervenções pontuais do então presidente do Kochi, Arnaldo Katayama, com sua famosa paella, e do presidente do Okinawa Kenjin do Brasil, Ritsutada Takara, que organizou uma ação entre amigos, além do apoio da Jica e do Consulado Geral do Japão em São Paulo.

Ichikawa lembrou que a retomada do Festival do Japão, em 2022,  ocorreu “ainda com cuidados para evitar o contágio entre os visitantes”, e destacou o fortalecimento da relação da Kenren com o governo do Japão. “Em 2023 assinamos o contrato de comodato da sala 53 com a Enkyo e, no início de 2024, organizamos o primeiro encontro dos Kenjinkais para discutir os nossos problemas e encontrar soluções com a participação dos jovens cheios de ideias”, disse Ichikawa.

Em japonês – Seu sucessor, José Taniguti, lembrou que já se passaram 58 anos desde a fundação da Kenren, em 1966, “e eu sou o 17º presidente a assumir para cumprir a gestão de dois anos [2024-2025]”. Citou que, com o rápido desaparecimento dos imigrantes japoneses nos últimos tempos e seus lugares sendo ocupados pela segunda e terceira gerações, o uso da língua japonesa está sendo cada vez mais raro. “E não é diferente na Kenren, onde as reuniões são feitas em português”, disse. E, como para reforçar sua teoria, foi o único a discursar nos dois idiomas (português e japonês).

Segundo ele, “outro fenômeno que está se tornando comum é a participação de jovens não nikkeis que têm afinidades com a cultura japonesa e tem sido uma força considerável ajudando nas diversas frentes e suprindo a falta de associados em alguns kenjinkais”.

“Graças à compreensão do governo japonês através da Jica, hoje é possível considerá-los nikkeis”, observou Taniguti, explicando que “os desafios são muitos, mas temos a certeza que iremos superá-los com o trabalho de uma equipe unida e motivada, honrando com o sonho e ideal cultuado pelos nossos antepassados”. Ao finalizar, Taniguti um agradecimento especial a sua esposa, Rosa Mineko, “que me acompanha por 55 anos na minha caminhada”, e aos filhos Hiroshi e Yumi.

Liderança – Também discursaram a cônsul em exercício, Chiho Komuro; a representante sênior da Jica, Reiko Kawamura; o presidente do Bunkyo, Renato Ishikawa, e o vereador Aurélio Nomura, que parabenizou Toshio Ichikawa pelo “excelente trabalho” – destacando, principalmente, seu espírito de liderança durante a pandemia. Sobre José Taniguti, o parlamentar disse não ter dúvidas que a Kenren “irá crescer cada vez mais forte”. 

Nomura lembrou ainda que em 2023 o país recebeu a visita de mais de 20 governadores e vice-governadores do Japão. “E, em suas conversas, sentimos o interesse e a vontade de uma aproximação cada vez mais intensa entre os dois países. É isso que nós temos que trabalhar. Nós temos um horizonte pela frente e tenho a certeza de que iremos crescer juntos”, afirmou Nomura.

Após os discursos, foi apresentada a nova Diretoria para o biênio 2024-2025.

A cerimônia contou ainda com homenagens e a entrega de um buquê de flores a Rosa Mineko, esposa do novo presidente.

Chamado para conduzir o brinde, Yasuo Yamada “passou” a tarefa para Akeo Yogui.

(Aldo Shiguti)

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