Japão perde o posto de terceira maior economia mundial em meio a recessão

Dados do governo japonês divulgados nesta quinta-feira (15) revelaram uma mudança significativa no panorama econômico global, com o Japão perdendo sua posição como a terceira maior economia do mundo para a Alemanha no ano passado. Além disso, o Japão entrou em recessão no último trimestre de 2023, atribuída à fraca demanda interna.

Com um Produto Interno Bruto (PIB) nominal de 4,21 trilhões de dólares, o Japão agora ocupa o quarto lugar, enquanto a Alemanha assume a terceira posição com um PIB de 4,46 trilhões de dólares. Esta mudança é amplamente atribuída à queda acentuada do iene em relação ao euro.

Os Estados Unidos mantêm sua posição como a maior economia do mundo, seguidos pela China, que superou o Japão como a segunda maior economia há mais de uma década.

No entanto, a economia japonesa enfrenta desafios significativos. No período de outubro a dezembro de 2023, o PIB do Japão encolheu 0,1% em relação ao trimestre anterior, ou a uma taxa anual de 0,4%. Isso foi atribuído à perda de vigor nos gastos das famílias e das empresas, devido à inflação persistente.

Essa contração econômica levou o Japão a uma recessão técnica, com dois trimestres consecutivos de crescimento negativo. Isso representa um desafio para o governo japonês e o Banco do Japão, que buscam estimular o crescimento liderado pela demanda interna e aumentar os salários.

Economistas do setor privado consultados pelo Centro Japonês de Pesquisa Econômica esperavam uma expansão anualizada de 1,28%, destacando a surpresa e preocupação com os resultados econômicos.

O declínio econômico do Japão é uma tendência que se tornou mais evidente nas últimas décadas, desde o estouro da bolha de ativos na década de 1990. Apesar dos esforços, incluindo uma flexibilização monetária sem precedentes pelo Banco do Japão, o crescimento tem sido modesto e a demanda interna fraca.

O consumo privado, que representa mais da metade da economia japonesa, registrou uma queda de 0,2%, enquanto os gastos de capital também diminuíram em 0,1%. Isso indica uma cautela contínua por parte das empresas japonesas em relação ao aumento do investimento.

Apesar desses desafios, as exportações japonesas continuam a crescer, impulsionadas pelo turismo receptivo. No entanto, o investimento público diminuiu, destacando a necessidade de reformas estruturais para impulsionar o crescimento econômico.

Diante desse cenário, o ministro japonês da Revitalização da Economia, Yoshitaka Shindo, anunciou que serão implementadas medidas políticas para apoiar aumentos salariais e promover um crescimento econômico sustentável liderado pela demanda interna.

Embora persistam preocupações com um possível abrandamento global, a economia dos EUA tem mostrado resiliência, o que tem beneficiado a economia japonesa em certa medida. No entanto, o Japão enfrenta desafios significativos enquanto busca recuperar seu posicionamento econômico no cenário global.

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