
O governo japonês anunciou na terça-feira (04) uma ambiciosa meta de expandir o mercado externo de anime, jogos e outras indústrias criativas para 20 trilhões de ienes (US$ 129 bilhões) até 2033. Isso representa um aumento de mais de quatro vezes o nível atual, refletindo a crescente popularidade global da cultura pop japonesa.
Essa meta faz parte da nova estratégia “Cool Japan” do país, que também visa arrecadar cerca de 50 trilhões de ienes anualmente até 2033 através de indústrias relacionadas ao Cool Japan. Isso inclui exportações de conteúdos japoneses, produtos agrícolas, moda, maquiagem e turismo receptivo.
As vendas no exterior da indústria de criação de conteúdo do Japão, centrada em anime e jogos, têm aumentado, atingindo 4,7 trilhões de ienes em 2022. O governo observou que esse valor é comparável ao das exportações da indústria siderúrgica do Japão e se aproxima do da indústria de semicondutores. Com isso, o governo planeja apoiar os negócios de criação de conteúdo como uma “indústria básica” do país.
Para alcançar essas metas, o governo planeja descobrir novos talentos que possam se tornar criadores, resolver práticas comerciais desleais que suprimem os salários na indústria e reforçar a cooperação com autoridades policiais estrangeiras para combater a pirataria e produtos falsificados.
O programa governamental começou há anos, mas o governo acredita que chegou a hora de “reiniciar o Cool Japan”, especialmente com a crescente popularidade de animes e jogos japoneses, que estão atraindo fãs estrangeiros para o país.
A nova estratégia foi compilada como parte de um plano de propriedade intelectual do governo. O Japão está intensificando esforços para combater a pirataria de anime e mangá, com autores de séries populares de mangá como “One Piece” e “Jujutsu Kaisen” enfrentando enormes perdas estimadas com cópias piratas.
Além disso, o governo pretende aumentar o número de doutorados para desenvolver recursos humanos que possam contribuir para a criação de propriedade intelectual. Também buscará abordar questões jurídicas relacionadas aos “dubladores de IA” ou ao uso de inteligência artificial generativa para criar vozes sintéticas baseadas em pessoas reais.