Japão aprova e deve liberar ainda neste ano uso de primeira pílula abortiva

Um painel do ministério da saúde aprovou na sexta-feira a fabricação e comercialização de uma pílula abortiva oral no Japão pela primeira vez, abrindo caminho para sua aprovação formal e venda já nesta primavera.

Como os abortos nos estágios iniciais da gravidez no Japão estão atualmente limitados a procedimentos cirúrgicos, a pílula “Mefeego”, desenvolvida pela empresa farmacêutica britânica Linepharma International Ltd., deve ser uma nova opção que pode aliviar o estresse físico e mental em mulheres.

O subcomitê farmacêutico do Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar aprovou o medicamento em uma reunião após reunir a opinião pública e debater cuidadosamente o assunto, em meio a preocupações sobre a resposta de emergência para possíveis efeitos colaterais e o preço da pílula, disseram funcionários do ministério.

O medicamento pode ser usado para interromper gestações de até 63 dias, ou 9 semanas, de gestação e é feito de uma combinação de mifepristona, que bloqueia um hormônio da gravidez, e misoprostol, que estimula as contrações uterinas.

De acordo com um ensaio clínico doméstico composto por 120 mulheres que optaram pelo aborto, 93% tiveram sucesso em suas interrupções dentro de 24 horas após a ingestão.

Embora 59% apresentassem sintomas como dor abdominal ou vômitos, eles eram leves ou moderados. Houve quatro casos de sintomas graves, como sangramento anormal e infecção bacteriana.

A Organização Mundial da Saúde inclui o medicamento na lista de medicamentos essenciais para o aborto. Está disponível em 80 países, de acordo com a Linepharma.

Houve 126.174 casos de aborto no Japão no ano fiscal de 2021, disse o ministério.

A reunião foi originalmente agendada para o final de março, mas foi adiada depois que o ministério recebeu um número impressionante de 12.000 comentários públicos sobre a aprovação do medicamento.

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