Governo japonês aprova orçamento extra para conter impactos negativos da inflação

Alta nos preços traz uma preocupação até então inexistente na população japonesa

No total, 199 bilhões de dólares estarão em novo pacote de estímulos; recuperação econômica ficará em segundo plano

O governo japonês aprovou, na terça-feira (08), um orçamento extra para o atual ano fiscal de 29,09 trilhões de ienes (199 bilhões de dólares), em uma decisão projetada para mitigar a dor das famílias e empresas devido ao aumento da inflação, exacerbado por um iene mais fraco.

Para garantir o financiamento necessário, o governo emitirá títulos no valor de 22,85 trilhões de ienes, colocando a restauração fiscal em segundo plano, apesar de sua dívida já ser mais que o dobro do tamanho de sua economia.

A principal característica do pacote econômico é reduzir as contas de serviços públicos para as famílias japonesas. A família média economizaria cerca de 45.000 ienes entre janeiro e setembro, quando o pacote, destinado a reduzir os preços da eletricidade e do gás, além da gasolina e do querosene, for implementado.

Espera-se que o governo apresente o plano de orçamento extra ao parlamento em meados de novembro para aprová-lo antes que a sessão atual termine. no início de dezembro. O trabalho para compilar um projeto de orçamento separado para o próximo ano fiscal a partir de abril deve acelerar até o final do ano.

O tamanho total do pacote econômico será de 71,6 trilhões de ienes, que inclui 39,0 trilhões de ienes em gastos fiscais do governo e dos municípios locais.

Diante de uma tendência de queda nas classificações de apoio público, o primeiro-ministro Fumio Kishida está destacando os esforços de seu governo para amortecer o golpe nas famílias do aumento dos preços ao consumidor, que saltaram três por cento em setembro, uma alta de três décadas.

“Não devemos hesitar em gastar o que for necessário em tempos de emergência para proteger os meios de subsistência das pessoas no Japão”, disse o ministro das Finanças, Shunichi Suzuki, após a votação que aprovou o novo plano orçamentário.

“Também é verdade que a situação fiscal de nosso país está se tornando ainda mais grave”, disse Suzuki, acrescentando que os gastos “massivos” em modo de crise não podem durar muito, com a saúde fiscal do Japão em apuros.

O gasto total no atual ano fiscal chegará a 139,22 trilhões de ienes, marcando o terceiro maior valor já registrado. Críticos dizem que o governo tem se concentrado em aumentar o tamanho do pacote de estímulo primeiro, em vez de examinar sua substância.

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