Fala sobre os atrativos de Santa Catarina em relação ao Japão
A Câmara de Comércio e Indústria Japonesa do Brasil (presidida por Sadahiko Haneji) realizou no dia 25 de abril um almoço de confraternização regular no Blue Tree Premium Faria Lima, na cidade de São Paulo. Nesta ocasião, contou com a presença do governador do estado de Santa Catarina, Jorginho Mello, que ministrou uma palestra com o tema “Quais são as vantagens de investir em Santa Catarina?”. O evento despertou tanto interesse que superou a capacidade esperada, reunindo cerca de 150 pessoas que desejavam conhecer mais sobre os atrativos do estado, que possui fortes laços com a comunidade nipo-brasileira.

No início do evento, o recém-empossado presidente Haneji fez um discurso, mencionando o fato inédito de que, nos últimos dois anos, os líderes do Japão e do Brasil se encontraram com frequência sem precedentes. Ele expressou entusiasmo ao dizer: “Quero aproveitar esse momento e, com todos unidos, impulsionar a economia”.

Em seguida, o embaixador extraordinário e plenipotenciário do Japão no Brasil, Teiji Hayashi, que participou como convidado especial, subiu ao palco. Ao comentar sobre a visita do presidente Lula ao Japão, destacou que foi realizada uma recepção oficial no Palácio Imperial como chefe de Estado e que metade dos altos funcionários do governo brasileiro se reuniu em Tóquio, marcando uma visita histórica. Entre os destaques, foi anunciada a decisão de enviar ainda neste ano uma missão técnica para viabilizar a exportação de carne bovina ao Japão, além da mudança nas medidas de embargo em casos de gripe aviária, que passarão a ser aplicadas apenas às localidades afetadas, e não mais ao estado inteiro.
Antes da palestra, Yasuhiro Mitsui, cônsul-geral do Japão em Curitiba, responsável pelos três estados do Sul do Brasil, apresentou o governador Mello. O estado de Santa Catarina possui um acordo de irmandade com a província de Aomori, e está prevista uma visita do governador ao Japão em junho. Está nos planos uma visita prévia à província de Aomori antes das reuniões de negócios em Tóquio, e foi compartilhado que o governador de Aomori planeja acompanhar Mello a um restaurante de sushi que ele pessoalmente recomenda e a uma fonte termal, mostrando seu entusiasmo com a recepção.
O governador Mello tem uma trajetória incomum. Em 1976, foi eleito vereador de Herval d’Oeste aos 18 anos, tornando-se o mais jovem vereador do Brasil na época. De 1977 a 1978, presidiu a Câmara Municipal da mesma cidade, também estabelecendo um recorde de juventude no cargo. Depois, formou-se em sociologia pela Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc), e em administração e direito pela Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul). Atuou como diretor do Banco do Estado de Santa Catarina (Besc), foi deputado estadual, deputado federal e senador, até assumir o cargo de governador em 2023.

Durante a palestra, foi exibido um vídeo apresentando os atrativos do estado de Santa Catarina, e o governador Mello enfatizou logo no início que “Santa Catarina é um estado com laços profundos com o Japão e a comunidade nipo-brasileira”. Ele mencionou o sucesso da comunidade nikkei no cultivo de maçãs, peras e alho no município de Frei Rogério como parte importante do agronegócio do estado, além da presença enraizada da cultura japonesa na região.
Também foi revelado que está em planejamento uma rota aérea direta do aeroporto internacional do estado para o Japão, via Panamá. Em termos econômicos, destacou-se que o PIB do estado cresceu 5,3% em 2024, superando significativamente os 3,4% do Brasil como um todo, e que a taxa de desemprego está em 2,7%, abaixo da média dos cinco principais países desenvolvidos do Ocidente. “Se o estado fosse um país, já estaria entre os desenvolvidos”, afirmou com confiança.
O governador também ressaltou a solidez fiscal do estado e afirmou que os próximos desafios incluem a adoção de medidas adicionais de redução de impostos e o desenvolvimento de um ambiente de negócios inteligente, livre de burocracia.

Por fim, o governador Mello encerrou a palestra afirmando: “Santa Catarina tem uma postura muito parecida com a do Japão, de fazer o que precisa ser feito de forma responsável e com foco na produção”.