Fundação Japão em São Paulo apresenta novo diretor-geral

Ex-diretor Susaki (esq) e atual diretor Tamura (dir)

Daigo Tamura assume cargo com desafios pós-pandemia; Masaru Susaki deixa como legado projetos inovadores e os 110 anos de imigração

Mês de abril é o período em que as instituições japonesas dão início ao novo exercício fiscal e comumente ocorrem também as alterações nos cargos, além de reepcionar novos funcionários. A Fundação Japão em São Paulo (FJSP) recebeu, no último dia 21, o novo diretor geral, Daigo Tamura, que assume no lugar do Masaru Susaki. O agora ex-diretor enfrentou o período de pandemia, mas comentou com positividade, dizendo que “foi uma boa oportunidade para explorar as ferramentas online”, recordando da sua gestão que durou mais de 5 anos. Já seu sucessor Tamura pretende se unir com entidades e comunidade nipo-brasileira para também integrar cada vez mais não-descendentes, além de dar continuidade aos projetos iniciados pela gestão anterior.

Susaki tem 67 anos e antes de atuar no Brasil já passou pelas unidades de Moscou, Nova Iorque e México. No Brasil passou por um período mais longo, acompanhando  a inauguração da Japan House São Paulo, em abril de 2017. “Talvez tenham pensado que eu não era muito útil para me manterem na sede”, brincou o ex-diretor que de 40 anos na Fundação Japão quase a metade esteve trabalhando no exterior.

De projetos marcantes, ele cita o “Japão Digital – Projeção Mapeada no Pavilhão Japonês”, realizado em parceria com a Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e de Assistência Social (Bunkyo), nos dias 7, 8, 13 e 14 de março de 2020. O dia 15 que também haveria o evento acabou sendo cancelado devido a pandemia. “Fico contente que, mesmo em meio as adversidades, tenhamos conseguido realizar pelo menos os quatro dias de evento”, comentou com orgulho.

Durante a sua gestão, Susaki presenciou também a comemoração dos 110 anos da imigração japonesa no Brasil, que ele lembrou como um momento de destaque. “Fui surpreendido com o nível técnico dos grupos de artes japonesas do Brasi”, comentou Susaki recordando das apresentações que assistiu no Festival do Japão de São Paulo.

“Após voltar ao Japão, pretendo descansar um pouco”, disse o ex-diretor sobre suas atividades futuras. “Ou como eu pratico ocha [a arte da cerimônia do chá] como hobby, quem sabe eu não possa fazer alguma atividade social com isso”, completou.

O novo diretor geral Tamura veio para o Brasil pela segunda vez. A primeira foi entre 2006 e 2009, coordenando o projeto de espetáculos de dança contemporânea japonesa no Brasil, promovido como parte da comemoração do centenário da imigração japonesa no Brasil.

Sobre o planejamento da sua gestão, Tamura analisa com sobriedade: “primeiro, preciso compreender como estão os limites e a relação da FJSP com as entidades e comunidades nipo-brasileiras”, ressaltando que muitas coisas podem já ter mudado desde a sua última passagem pelo Brasil. “Espero que possamos nos aproximar mais das entidades e comunidades nipo-brasileiras para que cada vez mais possamos integrar não-descendentes também na promoção da cultura japonesa”, objetivou o novo diretor geral.

Tamura contou também que pretende dar continuidade com a mais nova iniciativa da FJSP, o projeto Anime Song Dance, que une os elementos de mangá e animê com a dança, além de demonstrar interesse por novos projetos que incorporam vertentes da cultura pop japonesa.

(Lika Shiroma)

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