Encontro com Habu e Fujii: “Foi como um sonho”
O Fórum Internacional de Shogi 2024, um evento de intercâmbio cultural organizado pela Federação Japonesa de Shogi, foi realizado entre os dias 7 e 9 de novembro, em Tóquio. O destaque foi o 9º Torneio Internacional de Shogi, que contou com a participação de 51 jogadores representando 45 países e regiões. Do Brasil, Roberto Takashima (70 anos, 2ª geração) alcançou as quartas de final, enquanto Koshiro Hama (36 anos, 2ª geração) chegou às semifinais e ficou em terceiro colocado. Durante o evento, ambos também tiveram a oportunidade de conhecer seus ídolos, os grandes mestres Yoshiharu Habu e Sota Fujii.
Takashima e Hama garantiram a vaga como representantes brasileiros ao conquistarem posições de destaque no 50º Torneio Ōshō, realizado em maio do ano passado, em Belo Horizonte, Minas Gerais, sob a organização da Federação Brasileira de Shogi. A federação japonesa financiou os custos de viagem e estadia de ambos como representantes oficiais do Brasil. No torneio, os dois venceram dois jogos na fase classificatória, avançando para a chave principal, o Torneio A.
Takashima, que atua como vice-presidente da Federação Brasileira de Shogi e é veterano com várias conquistas em competições nacionais, venceu representantes da França na primeira rodada e de Taiwan na segunda. No entanto foi derrotado nas quartas de final pelo representante de Xangai (陈一廷, 12 anos), China. Takashima elogiou o adversário: “Ele me bloqueou completamente, como se eu fosse uma marionete. Sua habilidade é realmente impressionante”.
Por outro lado, Hama, que foi estudar shogi no Japão durante o ensino médio com o sonho de se tornar jogador profissional, também possui vários títulos em competições nacionais. No torneio, derrotou o representante de Portugal na primeira rodada, o da Coreia do Sul na segunda e o da Áustria nas quartas de final. Na semifinal, enfrentou o campeão do torneio, o representante de Pequim (許諾, 32 anos), China, mas acabou derrotado. “Fiquei em desvantagem no início e, apesar de conseguir equilibrar a situação até o final, não foi suficiente para virar o jogo. Mesmo assim, chegar às semifinais é motivo de grande alegria e demonstra a força dos jogadores brasileiros”, comentou Hama.
Além do torneio principal, ambos participaram de eventos de intercâmbio e jogaram partidas com participantes de diversos países. Hama expressou sua satisfação: “Poder encontrar pessoalmente amigos que conheci online foi emocionante. Percebi como o shogi está crescendo globalmente pelo alto nível dos competidores e como as pessoas de diferentes lugares estão se conectando através do shogi, que é cultura japonesa”.
O fórum contou com a participação de vários jogadores profissionais de shogi, que interagiram com os participantes internacionais. Hama compartilhou: “Foi uma grande alegria reencontrar Teruichi Aono e Madoka Kitao, que visitaram o Brasil em 2019”. Ele acrescentou: “Habu é para mim o eterno ‘Rei do Shogi’. Já Fujii é um gênio que está mudando o futuro do shogi. Tenho acompanhado as partidas de ambos há muito tempo. Embora tenha apenas cumprimentado os dois, foi como um sonho realizado. Sou mais uma vez grato à Federação Japonesa de Shogi por proporcionar essa oportunidade de testemunhar como o shogi pode unir gerações e inspirar as pessoas”.
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