A Associação Amigos da Liberdade e a Acal – Associação Cultural e Assistencial da Liberdade – organizaram no dia 16 de março, no 11º andar do Nikkei Palace Hotel, no bairro da Liberdade, em São Paulo, Almoço de Confraternização com o general de Divisão, Pedro Celso Coelho Montenegro, comandante da 2ª Divisão de Exército, e com o general de Divisão, Alexandre de Almeida Porto, comandante da 2ª Região Militar, que assumiram seus respectivos postos no dia 18 de janeiro, durante as passagens de comando da 2ª Região Militar (2ª RM) e da 2ª Divisão de Exército (2ª DE) realizado no Quartel-General do Comando Militar do Sudeste (CMSE).
Trajados com seus uniformes de gala, os generais Montenegro e Porto estiveram acompanhados de suas esposas, respectivamente, Ana Cláudia e Andrea Cristina. Estiveram presentes o cônsul geral do Japão em São Paulo, Toru Shimizu, e a consulesa Junko Shimizu; a cônsul geral Adjunta, Chiho Komuro; o presidente da Acal, Pedro Yano; o presidente da Associação Amigos da Liberdade, Yasuyuki Hirasaki; o vice-presidente do Bunkyo – Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e de Assistência Social –, Valter Sassaki; o presidente da Associação Pró-Excepcionais Kodomo no Sono e vice-presidente da Enkyo – Beneficência Nipo-Brasileira de São Paulo – Sergio Oda; Carlos Ikesaki, assessor especial para Assuntos Presidenciais da Acal; Mikihisa Motohashi, ex-presidente da Kenren (Federação das Associações de Províncias do Japão no Brasil); Nagato Hara, ex-presidente da Associação dos Shizuoka Kenjin do Brasil; o presidente da Associação Okinawa Kenjin do Brasil, Ritsutada Takara; o vice-presidente da AOKB, Rui Chibana, e o secretário Sergio Kohatsu,e o presidente honorário da Enkyo, Yoshiharu Kikuchi. entre outros.
Hirasaki deu as boas-vindas lembrando que a comunidade nikikei conta com 22 oficiais nikkeis nas Forças Armadas e falou sobre a importância de promover eventos que aproximem a comunidade com o Exército. Em seguida, Issac Yasuo Miyaoka e Rui Chibana fizeram a leitura dos currículos dos generais Montenegro e Porto, respectivamente.
Preocupação – Representando o presidente do Bunkyo, Renato Ishikawa, Valter Sassaki enfatizou a importância do encontro e ressaltou que, “pelo currículo dos ilustríssimos generais, todos podemos tomar conhecimento da brilhante trajetória militar de ambos, fruto da competência, dedicação, amor à pátria e espírito de liderança, que são atributos indispensáveis para se atingir a essa tão difícil carreira militar”.
“Ver as Forças Armadas representadas por pessoas tão competentes e dedicadas como os senhores se constitui um motivo de muito orgulho para todos nós, brasileiros”, concluiu Sassaki, que aproveitou para fazer um desabafo: “Nesse Brasil de hoje nós precisamos ser otimistas”. “Não está fácil, mas eu acho que realmente a força da mente e o trabalho é que faz com que a gente atinja os resultados”.
Distanciamento – Falando em nome da Enkyo e da Kodomo no Sono, Sergio Oda disse sentir um “certo distanciamento da sociedade em geral com as nossas forças militares”. “Acho que é muito importante essa aproximação porque é de fundamental importância a função das forças militares dentro de uma nação”, disse, acrescentando que “a gente vê que existe toda uma preocupação militar com a questão de segurança e tudo mais, mas também existe [nas Forças Armadas] uma preocupação com a evolução da sociedade como um todo. Acho que todos nós almejamos ter uma sociedade mais justa, mais equilibrada. Eu acho que a contribuição das nossas Forças Armadas tem sido bastante importante. E a gente também quer contribuir de alguma forma com tudo isso”, finalizou Oda.
Usina de açúcar – O cônsul começou seu discurso compartilhando um episódio ocorrido em 2004, durante a passagem do então primeiro-ministro Junichiro Koizumi por São Paulo. Segundo ele, o governo brasileiro programou uma visita de última hora a uma usina de açúcar (a Usina de Açucar e Álcool São Martinho, em Pradópolis, na região de Ribeirão Preto, a 330 quilômetros da Capital). “Como não tínhamos tempo para organizar essa visita, ficamos agoniados. Foi então que o Exército nos ajudou muito, oferecendo um serviço de helicóptero daqui. E, ao fim e ao cabo, felizmente, essa visita aconteceu com grande sucesso”, recordou o cônsul, para explicar que “o serviço militar é sempre muito puxado”.
Toru Shimizu também comparou a carreira de diplomata com a de um militar em que ambos estão sempre em constante mudanças. “Sem a ajuda das famílias não poderíamos cumprir nossas funções. Nesse sentido, expresso minhas felicitações às senhoras aqui e às respectivas famílias”, disse o cônsul que concluiu sua fala com uma expressão de seu país que diz que, “quando três pessoas de diferentes características se reúnem, então, poderíamos realizar um maior grau de sabedoria, alcançar um objetivo maior possível”.
“Lendo seus currículos, compreendo que o general Montenegro tem a identidade mineira e o general Porto tem a identidade carioca. E aqui, celebrando neste momento, estamos em São Paulo. Ou seja, temos aqui hoje as identidades mineira, carioca e paulista”, disse o cônsul.
E prosseguiu: “Com a presença de descendentes japoneses e tantas histórias acumuladas de amizades entre o Brasil e o Japão, posso dizer que para mim, hoje é um dia muito memorável e espero que daqui para frente possamos abrir uma nova página de colaboração entre o Brasil, a sociedade nikkei de São Paulo e nosso Consulado Geral”, finalizou o cônsul.
Operações – Em seu discurso, o general Montenegro contou a história do Exército e falou sobre algumas operações, como a Catrimani – que visa o transporte e a entrega de suprimentos na comunidade indígena yanomami – a Operação Acolhida – que teve início em 2018 com o intuito de dar assistência aos refugiados venezuelanos – e a Operação Carro Pipa, “ um projeto já que é quase que permanente no Nordeste, que distribui água para toda a sociedade que vive naquela área, conhecida como polígama da seca”.
“São muitas contribuições. O Serviço Militar talvez seja o maior deles, são mais de 70 mil jovens que nós recebemos todos os anos. Mas temos enorme responsabilidade na área de educação, de saúde, de ciência e tecnologia. Também estamos atuando na área de sustentabilidade na Amazônia e em muitas outras pautas”, explicou o general Montenegro, acrescentando que” o Japão representa para nossa humanidade um país que se chama superação”.
“Um país que superou todas as adversidades e muitos dos senhores e senhores, seus ancestrais, aqueles que cruzaram o Atlântico, vieram para o Brasil, trouxeram talvez muito do desenvolvimento do progresso que temos, e que tem muito a ver com a chegada dos senhores, que são os nossos imigrantes que fizeram um papel, eu diria, de muita relevância para a nossa sociedade”, destacou o oficial.
Relógio Seiko – Já o general Porto lembrou, em sua saudação, dos desafios dos imigrantes que chegaram em 1910, 1920, “num país estranho, totalmente agrícola, onde o nível cultural daquela população que recebia não era o mais elevado, era uma população ainda, quase toda ela semianalfabeta, recebendo um povo que não sabia falar o nosso idioma”. E contou que, quando criança, seu maior sonho era ter um relógio Seiko, “porque ele era automático e não precisava da corda”.
“Eu aprendi o que era a tecnologia japonesa, e com o passar do tempo, fruto daquelas gerações que chegaram lá em 1910, 1920, hoje praticamente não só o Brasil, mas o mundo inteiro não só admira como reconhece as características, as virtudes, a cultura e a facilidade com que o povo japonês conseguiu entrar em todas as sociedades dos mais diversos continentes”, disse o oficial.
Laço de amizade – “Tanto eu quanto o general Montenegro, a Ana Cláudia e a Andreia estamos muito sensibilizados pelas homenagens que nos foram prestadas, pelo reconhecimento que eu sei que não é à minha pessoa, nem a do general Montenegro, mas é um reconhecimento a instituição Exército, a instituição Forças Armadas brasileiras”, disse. E concluiu: “Deixo aqui o nosso eterno laço de amizade selado para que, com certeza, as gerações que vão nos suceder, tanto nas Forças Armadas quanto os descendentes da comunidade japonesa, mantenham esse laço de amizade, essa união de esforços, essa honestidade de propósito em fazer o bem, em crescer juntos e entregar um país mais sustentável, em melhores condições para as suas populações, sejam elas de imigrantes, sejam elas de nativos, para que nós possamos ter aí um país com melhores condições sociais e melhores condições de receber qualquer povo que escolha o Brasil como sendo a sua nova terra, onde vão criar seus filhos, onde vão criar seus netos e aonde vão crescer e desenvolver social e economicamente”, finalizou o general Porto.
Por fim, o presidente honorário da Enkyo, Yoshiharu Kikuchi comandou o brinde.
(Aldo Shiguti)
Currículos
Nascido em 9 de janeiro de 1966, em Três Corações (MG), o General Montenegro incorporou às fileiras do Exército em 25 de fevereiro de 1984, na Academia Militar das Agulhas Negras, em Resende (RJ). Foi declarado Aspirante a Oficial da Arma de Infantaria em 12 de dezembro de 1987 e promovido ao posto atual em 31 de março de 2021.
Entre os cargos de destaque do General Montenegro estão: Comandante da 3ª Brigada de Infantaria Motorizada, sediada em Cristalina (GO); Comandante da Brigada de Infantaria Pára-quedista, localizada no Rio de Janeiro (RJ); Chefe do Gabinete do Estado-Maior do Exército e Diretor de Controle de Efetivos e Movimentações (DCEM), ambos em Brasília (DF).
Já o General Porto nasceu em 24 de março de 1967, na cidade do Rio de Janeiro (RJ). Incorporou às fileiras do Exército em 23 de fevereiro de 1985, na Academia Militar das Agulhas Negras, foi declarado Aspirante a Oficial da Arma de Artilharia em 15 de dezembro de 1988 e ascendeu ao posto atual em 31 de março de 2022.
Como Oficial-General, o General Porto foi Comandante da 1ª Brigada de Artilharia Antiaérea e Gerente do Programa Estratégico de Defesa Antiaérea do Exército Brasileiro, em Guarujá (SP), além de Diretor de Fiscalização de Produtos Controlados (DFPC), na capital federal. Até o momento, era Diretor de Controle de Efetivos e Movimentações (DCEM), também em Brasília (DF).
(Fonte: 2ª Divisão de Exército – Comando Militar do Sudeste)