Empresário João Masuko, primeiro empreendedor brasileiro em Hamamatsu, morre aos 72 anos

O empresário João Toshiei Masuko, pioneiro no empreendedorismo brasileiro no Japão, morreu na última terça-feira (28), devido a problemas de saúde. Ele tinha 72 anos.

Seu João, como era mais conhecido, desembarcou no Japão pela primeira vez em 1988 e trabalhou durante um ano, em fábricas em Gifu e Iwata. Retornou ao Brasil e em pouco tempo voltou ao Japão. Em 1991, abriu seu primeiro restaurante brasileiro em Hamamatsu, que não existe mais. No ano de 1993, ele abriu a Servitu, loja com restaurante, açougue e produtos importados, que funciona até hoje, ponto de referência entre os brasileiros na cidade.

Atualmente falar de empreendedorismo no Japão está em alta, seu João se tornou referência, enfrentou as mais diversas crises econômicas do país. Passou pelo “estouro da bolha econômica” japonesa em 2008 e pelo colapso de 2011. O empresário ficou reconhecido por formar um grupo de mais de 50 voluntários para ajudar as vítimas do grande terremoto e tsunami em Fukushima, em 2011.

No último dia 24 de fevereiro, João Masuko, foi condecorado com a Ordem do Rio Branco, homenagem concedida pelo Governo Brasileiro através do Consulado Brasileiro de Hamamastu.

Em seu discurso, seu João disse que estava lisonjeado e orgulhoso, com um sentimento de gratidão. Segundo o empresário, surgia em sua memória as lembranças de mais de 35 anos de convivência no Japão e dos brasileiros que foram para o país levando sonhos e construíram uma comunidade.

“Todos estes anos, eu trabalhei pensando no bem-estar da comunidade e o primeiro passo foi matar a saudade da comida brasileira, a educação da criança, moradia e assuntos de trabalho”, disse.

Seu João, ressaltou o trabalho de integração entre brasileiros e japoneses e a independência dos conterrâneos nos tempos atuais, e afirmou que “não somos mais dekaseguis e sim imigrantes, como fizeram os imigrantes japoneses no Brasil”.

O empresário, em sua homenagem, finalizou dividindo o prêmio recebido com todos que tinham a mesma paixão, uma sociedade cada vez melhor.

“Posso afirmar que essa homenagem que recebi hoje não é exclusivamente do meu mérito, e sim de todos nós que trabalhamos com o mesmo propósito e a mesma paixão de querer deixar uma sociedade melhor para a próxima geração”.

Silvio Mori

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