Em sua 17ª edição, Festival do Japão de Campinas recebe cerca de 10 mil visitantes

Grupo Mitsuba apresentou a tradicional dança japonesa no Festival do Japão de Campinas

Realizado nos dias 10 e 11 pelo Instituto Cultural Nipo-Brasileiro de Campinas, em sua sede, no Jardim Guanabara, a 17ª edição do Festival do Japão de Campinas atraiu um público estimado em cerca de 10 mil visitantes nos dois dias, de acordo com estimativas dos organizadores. Foi, como se costuma dizer, uma despedida com chave de ouro. Explica-se. Na cerimônia de abertura, realizada no sábado, o presidente do Nipo de Campinas, Tadayoshi Hanada disse que este é o seu último ano à frente do ICNBC, portanto, em 2024, quando alcançar a “maioridade”, não será mais ele que estará no comando. 

“Por força do estatuto, não posso mais me candidatar a uma reeleição”, justificou Hanada, que decidiu criar o evento em 2005 depois de conhecer o evento homônimo organizado pelo Kenren (Federação das Associações de Províncias do Japão no Brasil) na capital paulista. Desde então, o festival só deixou de ser realizado em 2020 e 2021 por conta da pandemia.

Por isso, o momento era de agradecimento. Agradecer a diretoria, os funcionários, colaboradores, apoiadores, patrocinadores, voluntários e público. “Enfim, todos que, direta ou indiretamente contribuíram para que este festival chegasse até aqui”, disse Hanada, acrescentando que pretende continuar ajudando a realizar o evento mesmo sem ser presidente. “Afinal, foi aqui no Nipo que construí minha história”, afirmou, lembrando que o Festival do Japão faz parte do calendário oficial de Campinas e integra a semana da Comunidade Japonesa do município (lei número 9736 de 06 de Maio de 1998) e atualmente é  uma referência de festividade nipo-brasileira na região Metropolitana de Campinas.

Informalidade – E, por ser o último Festival do Japão que estava comandando como presidente do Nipo de Campinas, Hanada buscou deixar a cerimônia com ar “mais informal”. E inovou também ao convidar a cantora Isadora Kataoka para interpretar os hinos nacionais japonês e brasileiro. A iniciativa – que depois ele confidenciou ter planejado faltando apenas dois dias para o festival – foi bastante elogiada e arrancou aplausos do público.

Presente na cerimônia de abertura, o cônsul geral do Japão em São Paulo, Ryosuke Kuwana lembrou que a região de Campinas recebeu muitos imigrantes japoneses que chegaram ao Brasil buscando construir uma vida mais próspera para as suas famílias. 

Símbolo – “O trabalho árduo daqueles pioneiros e de seus descendentes contribuiu substancialmente para o desenvolvimento dessa região nas mais diversas áreas e hoje a cidade possui essa vibrante e respeitada comunidade nikkei organizadora deste festival, aberto e acolhedor a toda a sociedade campineira”, destacou o cônsul, explicando que “fico muito feliz que, ao comemorarmos 115 anos da imigração japonesa no Brasil, as tradições trazidas pelos imigrantes pioneiros continuem sendo celebradas e transmitidas pela comunidade nikkei às gerações mais jovens e que a cultura japonesa seja cada dia mais querida e respeitada pelos brasileiros”.

Ryosuke Kuwana finalizou seu discurso afirmando que não tem dúvidas que o Festival do Japão de Campinas “é um símbolo dos nossos laços de amizade e de que a comunidade nipo-brasileira é o alicerce fundamental dos laços de amizade entre os nossos países”.

Amizade centenária – Diretor Comercial, Administrativo e Financeiro da Cohab (Companhia de Habitação Popular) de Campinas, Luis Yabiku leu uma mensagem do prefeito de Campinas, Dário Saadi, na qual o chefe do executivo dizia que “nesse momento em que celebramos os 115 anos da imigração japonesa no Brasil, a palavra que se destaca neste evento, o 17º Festival do Japão do Japão em Campinas, é gratidão. Em nome do prefeito Dário Saadi, o município de Campinas agradece imensamente a comunidade nipônica e todos os seus descendentes por esta amizade centenária. Uma amizade centenária que fortalece a cultura brasileira e contribuiu para o nosso desenvolvimento. O Festival do Japão, neste instante, é a síntese desta união de culturas”.

Também presente na abertura, o ex-deputado federal Walter Ihoshi parabenizou o presidente Tadayoshi Hanada, “idealizador do Festival do Japão de Campinas”. 

O Festival – Durante dois dias, o público que compareceu ao 17º Festival do Japão de Campinas teve oportunidade de vivenciar a cultura japonesa através de shows – com nomes como Rick Akio, Shinde Shaka, Luis Yabiku, Rafael Yassunaga, Sergio Tanigawa, Joe Hirata, Isa Toyota e Takeshi Nishimura, Isadora Kataoka – apresentações de taiko – com os grupos Mitsuba, Wadaiko Tsubane, Ishin Denshin Wadaiko e Ryukyu Koku Matsuri Daioko – e artes marciais, exposição de ikebana, cosplay, karaokê, danças folclóricas e, é claro da famosa culinária japonesa.

Hanada com parte das voluntárias na cozinha

(Aldo Shiguti)

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