Em sua 14ª edição, Festival do Japão consolida crescimento e mira espaço maior em 2024

Festival do Japão
Apresentação do grupo de taikô Aozora Daiko contagiou o público que compareceu à sede da Associação Central Nipo-Brasileira da Região Bragantina

Projeto apresentado pelo Ministério da Cultura e Ihara, realizado via Lei Rouanet pela Associação Central Nipo-Brasileira da Região Bragantina, Marolo Produções, MKT e Ministério da Cultura e Governo Federal/Ordem e Progresso, com apoio da Prefeitura de Bragança Paulista – por meio da Secretaria de Cultura e Turismo – o 14º Festival do Japão – Festival Ihara de Cultura Regional confirmou a tendência de crescimento registrado nas últimas edições. Realizado nos dias 27 e 28 de maio, na sede do Nipo de Bragança, no Jardim América, a décima quarta edição recebeu um público estimado em cerca de 8 mil pessoas nos dois dias de festa, de acordo com dados dos organizadores.

Segundo o presidente da Associação Nipo de Bragança, Rogério Uemoka, o número foi um pouco menor em comparação a edição passada. “No entanto, temos que lembrar que em 2022 estávamos retomando as atividades após a pandemia e por isso a presença de público foi atípica”, lembrou o presidente, explicando que, um dos termômetros desse crescimento foi a praça de alimentação, que ganhou uma nova logística com o intuito de proporcionar mais conforto e segurança para os visitantes . 

“Este ano, com mais espaço, o consumo aumentou e as vendas também foram maiores”, disse Rogério, destacando que, além dos tradicionais gyudon de wagyu e o yakisoba, o cardápio incluiu ainda pratos como karê, tempurá, pastel, sushi, sashimi, e de sobremesa, o famoso tempurá de sorvete.

Georgio Rodrigues, vice da associação, comanda o brinde na cerimônia de abertura

Jovens – Além da gastronomia, o Festival do Japão de Bragança Paulista proporcionou aos visitantes uma verdadeira imersão na cultura japonesa em suas diversas formas com atividades e atrações como apresentação de taiko – com os renomados grupos Kawasuji Seiryu Daiko, de Atibaia, o Wadan Taiko Ensemble, Ryukyu Koku Matsuri Daiko, e o “prata da casa”, Aozora Daiko, além de danças folclóricas, músicas japonesas, concurso cosplay, oficinas culturais de shodô e origami (a cargo da Escola de Língua Japonesa da Associação Nipo Bragança); e de demonstrações de artes marciais (com a academia de kickboxing e karatê kyokushin do campeoníssimo sensei Francisco Filho e da Associação Judô Criando Campeões). 

Destaques ainda para as apresentações do coreógrafo e dançarino Satoru Saito, de shamissen com Yuzo Akahori e sua banda, dos grupos Mitsuba, Yuugen e Todos Nós, além da Academia Corpus Line.

Este ano, outra novidade foi a instalação de um telão em uma das áreas de alimentação, possibilitando, assim, que o público acompanhasse, em tempo real, o que estava acontecendo no salão. A exemplo dos anos anteriores, também este ano a Comissão de Jovens do Bunkyo esteve presente dando uma força ao Festival de Bragança. Vale lembrar que o Seinen Bunkyo é presidido atualmente por Douglas Mitsuyuki Ito, o Mitsu, que iniciou sua atuação no grupo de jovens de Bragança Paulista, em 2013, e desde então vem ocupando papel de destaque no intercâmbio entre os jovens nikkeis.

Abertura – No sábado, a cerimônia de abertura contou com a presença do cônsul geral do Japão em São Paulo, Rysouke Kuwana; do prefeito Amauri Sodré; da secretária municipal de Cultura e Turismo de Bragança Paulista, Vanessa Nogueira da Silva; de patrocinadores, entre eles os representantes da Ihara – João Marcos e Gabriel Saul – e do 2º secretário do Bunkyo – Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e de Assistência Social – Takayuki Kato, além de vereadores e outras autoridades.

Em seu discurso de abertura, Rogério Umeoka fez questão de lembrar e agradecer a todos os ex-presidentes do Nipo de Bragança: Tatsuzo Osawa, Takashi Takase, Takanori Yamamoto, Shigueru Nishikawa, Takeyoshi Ishimoto, Tadafumi Harada, Yutaka Hirama, Kichishiro Endo, Takemori Jomori, Seiki Okamoto, Issei Yuki, Tadayoshi Honda, Hiyoshi Maezono, Noriyuki Maezono, Yoshio Arimura, Tokio Kitami, Nelson Sassahara, Julio Koketsu, Shinobu Ishihama, Massami Tsuji, Roberto Oki, Noé Hosokawa, Toshinori Togo, Rogério Uenishi. “Sem eles não estaríamos aqui no dia hoje”, disse o atual presidente da associação, que agradeceu ainda todos os voluntários, diretores, funcionários e patrocinadores.

“É muito complicado estar à frente de associação em um evento tão grandioso como esse, que tem como objetivo divulgar a cultura japonesa”, disse Rogério.

Ao jornal Nippon Já, ele antecipou que, para o ano que vem, a ideia é realizar o festival em um espaço maior. Segundo Rogério, o assunto deve ser alvo de estudos nas próximas semanas. “A mudança depende ainda de uma série de fatores, o patrocínio é um deles, mas se não for na próxima edição talvez para 2025”, afirmou Rogério, acrescentando que o Festival do Japão de Bragança está inserido no calendário do Maio Cultural de Bragança Paulista.

Integração – Já o cônsul Ryosuke Kuwana lembrou que, neste ano, quando se completam 115 anos desde a chegada dos primeiros imigrantes japoneses ao Brasil, “fico muito feliz e admirado em observar como a cultura japonesa tem tornado cada vez mais querida e presente na vida dos brasileiros, mesmo após um século do início da imigração”.

O cônsul, que provou – e aprovou o gyudon de wagyu – destacou que “essa integração da nossa cultura à riqueza multicultural do Brasil é motivo de muito orgulho para nós, governo e povo japonês”. “Acredito que através de festivais japoneses abertos à confraternização de toda a população, Brasil e Japão continuarão se aproximando cada vez mais, por isso, agradeço a comunidade nikkei por apresentar as nossas tradições assim como agradeço à sociedade brasileira por ter acolhido com tanto carinho os imigrantes japoneses e a cultura japonesa”, discursou Kuwana, acrescentando que, “estou certo que essa abertura e afeto dos brasileiros às nossas tradições históricas e culturais é uma das heranças mais importantes do forte laço construído entre os ossos povos e nossos países ao longo de décadas”.

Presente desde a primeira edição do Festival do Japão – como “cidadão comum” e, na época, como vereador – o prefeito Amauri Sodré enalteceu a parceria entre o poder público e a Associação Nipo de Bragança. “A comunidade japonesa é uma irmã da Prefeitura”, destacou o prefeito.

União – A secretária municipal de Cultura e Turismo de Bragança Paulista, Vanessa Nogueira elogiou a “excelência” do evento, que aumenta a cada ano, enquanto o coordenador do 14º Festival, Eidy Sasahara, ressaltou a união, o trabalho e esforço de todos.

Representando a Ihara, Gabriel Saul, lembrou que a Ihara é uma empresa que carrega o DNA japonês. Com sede em Sorocaba (SP), há 58 anos a Ihara vem contribuindo com a agricultura brasileira. Para Gabriel Saul, “mais do que contribuir com a economia, toda empresa que tem condições deveria apoiar a cultura, que é a base da nossa educação, independentemente de ser cultura japonesa ou não”. “Para nós, em particular, a cultura japonesa é especial porque é nossa origem e tem valores e princípios que a gente tanto preza”, destacou o representante da Ihara.

O brinde foi conduzido pelo 1º vice-presidente da Associação Nipo de Bragança, Georgio Rodrigues. 

(Aldo Shiguti)

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