No dia 10 de novembro (domingo), o Colégio Exatus celebrou 16 anos do curso de uchinaaguchi, língua nativa de Okinawa, com um evento grandioso que atraiu cerca de 300 espectadores. A festa intitulada “As Cores de Okinawa” aconteceu na Associação Okinawa da Vila Carrão. O Colégio, fundado em 1990 por Julio Takara, já demonstrava seu compromisso com a cultura okinawana desde a sua origem, com apenas 20 alunos no ensino médio, e essa expressão cultural se tornou realmente intensa após as entradas do seu irmão Augusto Takara e seu filho Elton Takara no início dos anos 2000.
Com 15 apresentações artísticas, danças e músicas tradicionais, o evento transportou o público para a rica cultura okinawana. Um momento específico foi o yuntakukai (roda de conversa), onde as professoras Keiko Uza Yonamine (de uchinaaguchi) e Mari Matsubara (de língua japonesa) e o diretor Elton Takara explicaram a importância do aprendizado das línguas, especialmente para o público sem ascendência oriental.
Além das aulas de uchinaaguchi, o Colégio Exatus também oferece aulas de sanshin (instrumento musical de Okinawa) e ryukyubuyou (dança de Okinawa), e os alunos apresentaram suas habilidades durante o evento.
A iniciativa de realizar o espetáculo em 2024 foi da professora Akemi Takara, esposa do diretor Elton, com o apoio do mestre Satoru Saito, como forma de dar visibilidade ao uchinaaguchi e ao trabalho desenvolvido na escola com as culturas japonesas e okinawanas na Década Internacional das Línguas Indígenas (2022-2032).
A forte ligação do Colégio Exatus com a cultura okinawana é evidente: desde 2008, a instituição trabalha para preservar e promover o uchinaaguchi, reconhecido pela Unesco como língua em risco de extinção. “A língua carrega em si os ensinamentos e a sabedoria dos nossos antepassados, sendo uma parte fundamental da nossa herança cultural”, afirma o diretor Elton. Ele enfatiza a importância de aprender e transmitir o uchinaaguchi para as próximas gerações, pois a cultura está intrinsecamente ligada à língua.
O provérbio okinawano “Nmarijima nu kutuba washiinee, kunin washiyun. Kuni washiinee, uyan washiyun”, que significa “Se esquecermos nossa língua materna, esqueceremos nossa pátria. Se esquecermos nossa pátria, esqueceremos nossos pais”, é um dos pilares do curso de uchinaaguchi, segundo o diretor Elton Takara. Considerado um “kugani kutuba” (palavras de ouro) que transmitem a sabedoria ancestral, esse provérbio resume perfeitamente o mote do espetáculo, que celebra a importância da preservação da língua e da cultura okinawana.
Para Elton Takara, o evento foi além de um espetáculo: foi a celebração viva de uma cultura ancestral que continua a inspirar novas gerações.
O Colégio Exatus, com suas duas unidades na zona leste de São Paulo, possui cerca de 720 alunos, dos quais 60% são descendentes orientais. A instituição faz parte da Rede de Escolas Associadas da UNESCO (PEA-UNESCO) e oferece a educação básica completa, desde o berçário (6 meses de idade) até o ensino médio (17 anos), mantendo, por várias gerações, uma educação baseada nos ensinamentos de Okinawa.
Para mais informações, acesse: https://colegioexatus.com.br/