Início do projeto de apoio a crianças em situação de pobreza; novo site criado em homenagem à professora Michie Akama
Fundada em 1933 como a São Paulo Saihou Jogakuin (Escola de Corte e Costura) e reestruturada como escola privada em 1971, a tradicional Akama Gakuin (Centro Educacional Pioneiro) realizou no dia 15 (sábado) a cerimônia de inauguração do novo prédio na escola localizada no bairro Vila Clementino, em São Paulo. Cerca de 40 convidados participaram juntamente com muitos pais e responsáveis. O novo prédio recebeu o nome de sua fundadora, Michie Akama. Também foi oficialmente lançado o site do Centro de Memória Michie Akama (https://memoria.fundacaomichieakama.org.br/), um museu digital que retrata sua vida e a história da Fundação Educacional.

A cerimônia de abertura foi organizada pela Fundação Instituto Educacional Dona Michie Akama (presidente Fernando Nobuo Shiguemichi), que administra o Centro Educacional Pioneiro. O novo prédio tem dois andares, com três salas de aula em cada andar, uma sala para professores e uma área na cobertura para recreação e esportes. Espera-se que seja usado principalmente para a Educação Infantil para crianças de 2 a 5 anos, bem como crianças nos primeiros anos do ensino fundamental.

Na fachada do novo prédio, a foto da fundadora foi colocada e, depois que os hinos nacionais do Brasil e do Japão foram cantados, a diretora Irma Akamine Hiray fez um discurso, dizendo: “Faz 20 anos que ela faleceu, e a presença da professora Akama nunca pareceu mais familiar ou brilhante do que agora. O lançamento do museu digital também é um marco importante”.
O cônsul geral do Japão em São Paulo, Shimizu Toru, relembrou a vida de Michie Akama, mencionando que, quando ela imigrou para o Brasil em 1930, pretendia retornar ao seu país de origem depois de cerca de cinco anos, mas “quando viu os imigrantes trabalhando duro na agricultura e contribuindo para o Brasil, ela decidiu fazer sua parte como educadora e abriu uma escola”.
Roberto Nishio, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e de Assistência Social (Bunkyo) e presidente da Fundação Kunito Miyasaka, disse: “A professora Akama dedicou sua vida a educar crianças imigrantes e doou tudo o que tinha para a fundação. A escola é o que é hoje graças aos formandos que trabalharam tão duro para administrar a fundação”.

O presidente da fundação, Shiguemichi, enfatizou: “Hoje é um dia memorável para a fundação e a escola. Como o nome sugere, o novo prédio da escola concretiza os ideais educacionais de Michie Akama. O projeto que iniciamos no ano passado para fornecer bolsas de estudo e apoio a 120 crianças de famílias pobres da zona leste (Projeto Social Pioneiro Vila Progresso) também está alinhado com sua filosofia educacional.”
Paulo Guilherme Amaral Toledo, presidente do conselho de curadores da fundação, comemorou a inauguração do novo prédio da escola, dizendo: “Eu cresci em uma família desfavorecida, então sou grato que meus irmãos e eu pudemos entrar nesta escola por meio de um programa social e desfrutar de uma educação satisfatória. A sra. Michie Akama deu caloroso incentivo aos alunos de manhã à noite. Agora esta escola pode realmente realizar seus ideais”. Toledo formou-se pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo e atuou como desembargador no Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. Foi professor de direito civil na Universidade Paulista e também professor na Universidade Nove de Julho.

O Centro Educacional Pioneiro tem turmas desde pré-escola até ensino médio, com um total de aproximadamente 750 alunos. Quando entrevistado, o presidente Shiguemichi explicou: “A taxa de natalidade está diminuindo significativamente, então é importante investir na educação infantil e fazer com que os alunos se familiarizem com nossa escola desde cedo. Levamos oito anos para levantar os fundos de construção para fornecer uma educação infantil abrangente. Ao mesmo tempo, também estamos nos concentrando na educação no ensino médio, visando que os alunos se formem aqui em vez de serem transferidos para outra escola preparatória. Estamos implementando isso como planos de médio a longo prazo”. A porcentagem de estudantes de ascendência japonesa é de 62%.