Kamari Maeda (52 anos, natural da província de Fukui), que atua como calígrafo, criador de apresentações e artista, tendo realizado exposições individuais e performances em 18 países ao redor do mundo, está realizando desde o dia 16 uma turnê de performances de caligrafia por 3 cidades do Brasil. Esta é sua segunda vez no Brasil, após a visita de 2023. Atendendo ao forte desejo de Kamari de se apresentar novamente no Brasil, sob coordenação da professora Satomi Kitahara do Departamento de Língua Japonesa da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, está previsto realizar performances ao longo de aproximadamente 2 semanas em Rio de Janeiro, Manaus e Brasília.

O local do dia 17 foi o Auditório Apolônio de Carvalho, no segundo andar do anexo do Museu da República do Rio, que anteriormente serviu como palácio presidencial. Na presença da audiência reunida para ver as obras e com a participação do cônsul geral do Japão no Rio, Takashi Manabe, foi apresentado o “GRANICA”, que funde tradição e tecnologia. Essa é uma nova forma de expressão criada por Maeda, onde os sons produzidos pelos movimentos da caligrafia também são expressos simultaneamente, proporcionando uma experiência tanto visual quanto auditiva. Diz-se que o som é similar aos batimentos cardíacos que um feto ouve dentro do corpo materno, criando uma sensação confortável de ser absorvido por sons misteriosos.

As obras são criadas por improvisação. Após um breve silêncio, no papel de aproximadamente 2 metros de altura por 4,5 metros de largura, foram escritos seis caracteres “pessoa” (人) que gradualmente aumentavam de tamanho. Maeda explicou: “Pensei em expressar como há 130 anos o Japão e o Brasil começaram a se relacionar, aproximando-se pouco a pouco, e agora caminhando firmemente juntos. Conectei o caracter ‘pessoa’, expressando a ligação que vai desde pequenas ‘pessoas’ até grandes ‘pessoas'”.
Em seguida, moveram-se para o pátio, onde estenderam um tecido preparado pelo museu sobre o asfalto. Embora tenha escrito em vários locais diferentes, os padrões que emergem na caligrafia só podem ser produzidos neste asfalto específico deste local, criando uma obra única que só pode nascer ali. Questionando também à diretora do museu, Ana Cecília, que estava presente, sobre sua palavra favorita, Maeda escolheu as palavras “Ichigo Ichie”. Como o encontro de hoje é único, foi escrito com o sentimento (念い, palavra de Kamari) de valorizar este momento e este encontro mútuos.
Dos espectadores que assistiram atentamente às duas performances, ouviram-se vozes como “sempre amei a cultura japonesa, mas pude ver caligrafia pela primeira vez e fiquei emocionado” e com olhos brilhantes “fui fascinado não apenas pela caligrafia, mas também pelo som”. Houve também pessoas que fizeram perguntas entusiasmadas sobre esta nova arte que experimentaram pela primeira vez.
O que Maeda considera importante em suas performances no exterior não é transmitir unilateralmente a cultura japonesa, mas também experimentar a cultura de outros países, interagir com as pessoas e aprofundar a compreensão mútua. A partir das conversas e interações naquele local, ele capta os sentimentos que deseja transmitir e os momentos, incorporando-os em suas obras.
No dia 22 (domingo), em Brasília, no Museu Nacional da República foi realizada uma performance.
O próximo evento será no dia 26 (quinta-feira), a partir das 13h, no Centro Federal de Educação Tecnológica do Rio (CEFET/RJ), em Itaguaí, no Rio de Janeiro, Rodovia Mário Covas, lote J2, quadra J – Distrito Industrial de Itaguaí. Entrada gratuita.