Ativista político japonês é condenado a 20 anos de prisão após 45 ano de fuga

Na última sexta-feira, o Tribunal Distrital de Tóquio emitiu uma sentença histórica ao condenar Masaaki Osaka, um ativista de extrema esquerda de 74 anos, a 20 anos de prisão por seu papel em um motim ocorrido em 1971. Osaka, que estava foragido por 45 anos, foi preso em 2017, encerrando sua longa fuga da justiça.

As acusações contra Osaka incluíam o assassinato de um policial durante um protesto em novembro de 1971, no distrito de Shibuya, em Tóquio. O motim ocorreu em oposição à ratificação do tratado Japão-EUA sobre a reversão de Okinawa. Além do homicídio, Osaka foi condenado por ferir outros três policiais e por incendiar uma delegacia durante os distúrbios.

O tribunal descreveu o ataque fatal como “cruel e cruel”, destacando a brutalidade do incidente que ocorreu durante um protesto envolvendo estudantes e ativistas. Masaaki Osaka negou todas as acusações durante o julgamento, enquanto os promotores buscavam uma sentença de prisão perpétua.

A decisão do tribunal marca o desfecho de um julgamento que teve início em outubro do ano passado e levou mais de um ano para ser concluído. A demora foi atribuída à necessidade de comparar depoimentos prestados em tribunal com confissões e testemunhos coletados na época dos eventos, visando estabelecer a consistência e confiabilidade das evidências apresentadas.

Os advogados de defesa de Osaka apelaram da decisão no mesmo dia, indicando que a batalha legal pode continuar a se desdobrar nos tribunais superiores. Durante o julgamento, Masaaki Osaka admitiu ter participado do motim, mas negou veementemente seu envolvimento na morte do policial. Ele também se recusou a discutir qualquer ajuda que possa ter recebido durante seus 45 anos como fugitivo.

É importante destacar que o julgamento foi conduzido sem a presença de juízes leigos, uma medida tomada devido ao histórico de ativistas de extrema esquerda que anteriormente visaram tribunais e civis. Essa decisão reflete a sensibilidade e cautela das autoridades japonesas ao lidar com casos envolvendo indivíduos associados a movimentos radicais.

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