A vencedora do concurso Miss Japão de 2024, Karolina Shiino, uma modelo de ascendência ucraniana que cresceu no Japão desde os 5 anos de idade, decidiu renunciar ao título após uma série de eventos que abalaram a organização do concurso. A controvérsia começou quando uma revista semanal publicou detalhes sobre o relacionamento de Shiino com um homem casado, causando alvoroço nas redes sociais e entre os organizadores do concurso.
Karolina Shiino, de 26 anos, foi eleita vencedora do Grande Prêmio Miss Japão de 2024 em 22 de janeiro, marcando um momento histórico como a primeira pessoa de ascendência europeia a conquistar o prêmio principal em um concurso que os organizadores afirmam ser dedicado a coroar uma representação da “beleza mais importante de todas mulheres japonesas”.
No entanto, sua vitória já havia sido considerada controversa devido às suas raízes estrangeiras, levantando questões sobre o que realmente constitui a identidade japonesa e quem é considerado um representante adequado do país em concursos de beleza nacionais.
Após a publicação da reportagem detalhando seu relacionamento com um homem casado, Shiino enfrentou uma enxurrada de críticas e debate online sobre sua conduta, sua elegibilidade para o título e a adequação de sua representação como Miss Japão.
Em meio à crescente controvérsia e pressão pública, Karolina Shiino optou por renunciar ao título de Miss Japão. Em um comunicado oficial publicado pela Associação Miss Japão em seu site, foi anunciado que o pedido de renúncia de Shiino foi aceito e que a organização estava refletindo seriamente sobre sua responsabilidade em causar uma série de distúrbios.
A renúncia de Shiino deixou o título de Miss Japão vago pelo resto do ano, enquanto os organizadores lidam com as repercussões do escândalo e buscam maneiras de restaurar a reputação do concurso.
Embora inicialmente tenha sido apoiada pelos organizadores do concurso, a situação de Shiino se complicou quando sua agência de modelos, a Free Wave Co., confirmou que ela continuou o relacionamento com o homem casado mesmo após saber de seu estado civil. Isso gerou ainda mais controvérsia e críticas à conduta de Shiino, tanto dentro quanto fora da comunidade do concurso de beleza.
Em um esforço para amenizar a situação e assumir a responsabilidade por suas ações, Karolina Shiino emitiu um pedido de desculpas público em seu Instagram, expressando arrependimento pelos problemas causados e reconhecendo a decepção daqueles que a apoiaram.
O caso de Shiino reacendeu o debate sobre identidade japonesa e representação em concursos de beleza, destacando questões complexas relacionadas à inclusão, diversidade e padrões de beleza na sociedade japonesa contemporânea.
O Miss Japão, realizado pela primeira vez em 1950, tem sido um evento nacional importante que atrai a atenção do público e da mídia, mas não envia seu vencedor para competições internacionais. A situação de Shiino é apenas um exemplo de como os concursos de beleza japoneses podem ser palco de debates e controvérsias sobre identidade e representação cultural.