O renomado maestro japonês Seiji Ozawa faleceu em sua residência em Tóquio na última terça-feira, aos 88 anos, devido a complicações cardíacas, conforme anunciado por seu escritório na sexta-feira.
Nascido em 1935 na Manchúria, atual nordeste da China, Ozawa cresceu no Japão e inicialmente sonhava em se tornar pianista. Uma lesão no dedo durante o ensino médio o levou à regência.
Após seus estudos na Europa, onde ganhou destaque ao vencer um concurso de jovens maestros na França em 1959, Ozawa tornou-se assistente de regência da Filarmônica de Nova York em 1961, após estudar com Herbert von Karajan e Leonard Bernstein.
Sua carreira destacou-se como diretor musical da Orquestra Sinfônica de Boston por impressionantes 29 anos até 2002, o mais longo período na história da orquestra.
Além disso, Ozawa foi o primeiro japonês a reger o concerto de Ano Novo da Filarmônica de Viena em 2002 e atuou como diretor musical da Ópera Estatal de Viena de 2002 a 2010.
No campo da educação musical, fundou a Academia Internacional Seiji Ozawa Suíça em Genebra em 2005, onde ensinou jovens músicos gratuitamente, refletindo seu compromisso com as gerações futuras.
Reconhecido com um doutorado honorário pela Universidade de Harvard, Ozawa recebeu diversos prêmios ao longo de sua carreira, incluindo o Grammy de Melhor Gravação de Ópera em 2016.
Conhecido por sua personalidade calorosa e trabalho incansável, Ozawa deixou um legado significativo não apenas na música, mas também em sua influência transcultural.
Ele enfrentou problemas de saúde nos últimos anos, lutando contra o câncer de esôfago e fazendo sua última aparição pública em setembro do ano passado em Matsumoto.
O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, prestou homenagem a Ozawa, descrevendo-o como “um grande maestro que inspirou emoções além das fronteiras e era uma lenda japonesa de quem nos orgulhamos”.